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Sem aumento servidores administrativos municipais cobram melhorias nas escolas e criação de Plano de Carreira

Divulgação
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Após a manifestação de servidores municipais de Araguaína no Portal O Norte e nas redes sociais sobre a ausência de reajuste do salário mínimo em conformidade com o aumento nacional do piso e o argumento dado pelo prefeito Ronaldo Dimas (PR) através de sua assessoria de que o funcionalismo da prefeitura só receberia o aumento através da negociação da Data-Base, fruto de acordos entre gestor e funcionários públicos, servidores do quadro administrativo da educação municipal promoveram na última sexta-feira, 08, uma reunião da categoria na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins para discutir este entre outros assuntos.

Plano de Carreira
Um dos principais questionamentos levantados pela classe durante a reunião é o fato de o prefeito não ter acompanhado o reajuste do mínimo como tem feito as gestões anteriores e ter argumentado que este aumento só aconteceria de acordo com a Data-Base, segundo eles, esse acordo é inviável já que para discutir o aumento dessa forma, todos os servidores municipais precisariam ter o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), que só existe atualmente para os professores no município.

Dessa forma, a reunião também tratou sobre a necessidade de que os trabalhadores do quadro administrativo das escolas municipais sejam reconhecidos como profissionais da educação.

A vereadora Silvinia do Sintet (PT) também participou da reunião juntamente com o vereador Soldado Alcivan (PP) além de um assessor do Divino Bethânia (PSD) representando o parlamentar. Sobre o assunto, Silvinha argumentou que estes servidores teriam razões suficientes para reivindicar essa equiparação, e citou a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional (LDB) que segundo ela, garante ao quadro administrativo escolar os mesmos direitos que professores.

Ainda em discurso, Silvinia adiantou também que encaminhará na próxima segunda-feira, 18, um requerimento à Câmara solicitando ao prefeito a criação de um projeto de PCCR para a categoria, já que segundo ela, somente o Executivo pode elaborá-lo. “Já conversei com os demais vereadores sobre o assunto e não encontrei nenhuma objeção para discutir sobre este Plano de Carreira”, disse a vereadora acrescentando que os servidores terão o seu apoio nesta luta e destacou que apesar de ser oposição ao prefeito garantiu que o diálogo é a melhor saída para a situação.

Apoio
Na oportunidade o representante do vereador Bethânia ressaltou que se necessário for, o parlamentar irá convocar uma audiência pública com a participação dos servidores, Executivo e Legislativo para se chegar a um consenso sobre a questão. O vereador Soldado Alcivan também confirmou seu apoio à Silvinia na discussão sobre o assunto.

Reconhecimento
Mas um discurso chamou a atenção do funcionalismo reunido no Sintet, que foi o da merendeira, Maria Dourinete, que é concursada e trabalha a oito anos no município. Ela comentou a falta de reconhecimento de merendeiras, Auxiliares de Serviços Gerais e Guardas no que diz respeito ao direito de meia entrada em eventos culturais: “Então os professores tem o direito de pagar meia entrada em eventos culturais e nós que ganhamos muito menos somos excluídos desta gratificação, isso é uma falta de respeito e consideração!” 

Superlotação
A merendeira também citou a superlotação nas escolas como um problema a ser resolvido: “É um tratamento desumano o que nós merendeiras e Auxiliares de Serviços Gerais temos recebido por parte do município, na grade curricular somos pagas para atender uma média de 150 alunos por período, esse número multiplicou, aumentou nosso trabalho, mas o salário está defasado e espaço físico da escola continua o mesmo”, observou Maria Dourinete que trabalha na escola Francisco Bueno de Freitas no Setor Maracanã.

Em entrevista, Dourinete informou que atualmente na escola, duas merendeiras e duas ASGs trabalham no período da manhã e à tarde duas ASGs e apenas uma merendeira, porque a outra está licenciada: “Para dar conta de tanto trabalho, temos que ajudar umas as outras”. Na oportunidade, a servidora afirmou que espera do prefeito Ronaldo Dimas, o aumento proporcional de servidores nas unidades escolares e especificamente na escola em que trabalha, a construção de pelo menos mais quatro salas de aulas, lembrando que com a efetivação do Programa Mais Educação que promove reforço e cultura no contraturno, o número de alunos vai mais que dobrar nas unidades. “Então os alunos da manhã precisarão vir para a escola a tarde e vice-versa, como isso pode dar certo sem mais salas? temos espaço para construir, só não temos salas para receber tantos alunos, espero que o prefeito atenda as nossa necessidades, porque não precisamos só de aumento de salários precisamos de espaço físico adequado para atender a demanda de estudantes”, pontuou.

(Portal O Norte)