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Marcelo Miranda nega o envolvimento com Cachoeira e cobra o áudio do Estadão

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Em entrevista ao Site Roberta Tum na manhã desta quinta-feira, 3, o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) negou que haja qualquer envolvimento de sua parte com o esquema de contravenção do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo o governador, a matéria veiculada pelo “Estadão” seria maldosa e o ex-governador cobra o áudio das interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal mencionadas na reportagem do jornal.

Eu repudio essa matéria. Eu quero saber do áudio, cadê o áudio. Estão falando que houve essa conversa, mas onde esta o áudio?”, questionou o ex-governador, que afirmou: “não reconheço nada disso. Estou com a minha consciência tranquila. Nunca tive envolvimento com nada disso. Como eu posso ser procurador de alguém sem mandato? Eu nunca passei procuração pra ninguém dizer que vou defender interesse de alguém”, alegou Marcelo, que ainda afirmou: “minha defesa é a minha tranquilidade”.

De acordo com o ex-governador ele conheceu rapidamente o contraventor Carlinhos Cachoeira em um escritório. “Nós fomos apresentados por um amigo em comum. Na oportunidade eu cumprimentei ele. Foi um encontro normal, que acontece normalmente e aconteceu após eu deixar o governo”, disse o ex-governador.

Sobre sua relação com o senador Demóstenes Torres, o ex-governador confirmou que conhecia o senador, mas disse que não tinha como saber se ele tinha ou não envolvimento com esquemas ilícitos. “Eu conheço ele sim, mas eu ia lá saber se ele tinha ou não tinha envolvimento com esse pessoal”, disse o ex-governador, que destacou que não precisaria que ninguém fizesse ponte entre ele e o senador.

Se eu precisasse de fazer contato com o senador não teria dificuldade nenhuma”, disse Marcelo se referenciando ao trecho das interceptações divulgado pelo Estadão que diz que Cachoeira teria dito ao senador para ligar para o ex-governador.

Eu continuo com a minha consciência tranquila e de cabeça erguida, olhando para os meus amigos e minha família. Se eu for defender os interesses de alguém vai ser do meu Estado, como sempre fiz”, concluiu Marcelo.

Reportagem do Estadão
O jornal Estadão traz matéria nesta quinta-feira, 3, destacando interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, que indicariam uma relação entre o ex-governador Marcelo Miranda, o contraventor Calos Cachoeira e o diretor da Delta Construções, Claudio Abreu.

De acordo com a notícia, em uma das gravações o ex-governador teria chamado Cachoeira de “chefe” e teria dito ao mesmo que ele poderia contar com ele. “To aqui pra somar”, teria dito Marcelo Miranda a Cachoeira, segundo o Estadão.

A matéria destaca ainda que em outro diálogo entre Cachoeira e Claudio Abreu, eles comemoram a possibilidade do ex-governador assumir no Senado. “Foi bom demais, né? Você ligou pra ele?”, teria perguntado Cachoeira. “Não. O bom é que eu sei que ele vai ser procurador seu e meu, né?”, teria respondido Cladio Abreu. “É bom demais. É um cara bom, viu? Coração bom”, conclui Cachoeira.

Segundo a reportagem no mesmo dia, Cachoeira teria ligado para o senador Demóstenes Torres para falar sobre Marcelo Miranda: “O Marcelo Miranda está louquinho para falar com você, para te agradecer. Liga pra ele aí”, teria dito Cachoeira. Diálogo em mesmo tom teria ocorrido logo após o ministro do STF Luiz Fux ter considerado que o ex-governador não poderia ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. “Parece que o Marcelo (Miranda) virou senador de novo”, comentou com o chefe Gleyb Ferreira da Cruz, braço financeiro do grupo de Cachoeira, ao tomar conhecimento da decisão. “Viu, negão, onde eu ponho a mão só dá nome certo, rapaz”, teria dito Cachoeira. (Fonte: Roberta Tum)