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Vestidos de preto, servidores do HDT vão às ruas protestar contra a federalização e cobram esclarecimentos ao Governo

Divulgação
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Dezenas de servidores que trabalham no Hospital de Doenças Tropicais em Araguaína (HDT), se concentraram em frente à unidade de saúde e realizaram na manhã desta quarta-feira, 10, uma passeata pelas ruas da cidade seguindo até a Praça das Bandeiras.

Tendo como slogan “O HDT está agonizando prestes a morrer. Salve o HDT”, vestidos de preto e com cartazes em punho, os manifestantes em protesto pacífico contestam a decisão do poder público de federalizar o HDT. Para eles, a mudança de gestão trará prejuízos aos servidores e trabalhadores da unidade de saúde.

Durante a caminhada, os manifestantes distribuíram um panfleto, cópia de uma mensagem do Governador do Estado, encaminhada à Assembleia Legislativa (AL) no dia 11 de abril deste ano, solicitando a votação do Projeto de Lei número 1/2013 em regime de urgência, para efetivar a federalização do HDT.

No mesmo panfleto, segue esclarecimentos direcionados à comunidade que destacam alguns dos problemas que a extinção do HDT poderá ocasionar para a população, entre eles, a sobrecarga de atendimento de doenças infectocontagiosas para outras unidades como o Hospital Regional de Araguaína (HRA), que segundo eles, não suportaria a ampliação de mais um serviço, em virtude de sua infraestrutura.

Questionamentos

Os manifestantes também apresentam vários questionamentos ao Governo do Estado sobre a federalização, como por exemplo, que tipo de estudo foi realizado para avaliar o impacto desta medida para a cidade e Estado bem como onde a população que necessita de tratamento buscará atendimento para a manutenção de sua saúde e que garantias o Governo vai oferecer de que os programas e serviços existentes não acabarão juntamente com o HDT.

Integrante do movimento, a Dra Pediatra, Ana Carolina Meier Simão, em entrevista ao Portal O Norte, pediu o apoio da população para abraçar esta causa. “Estamos aqui pra pedir a população pra nos ajudar nessa luta, porque o que a gente quer é que o hospital continue aberto prestando serviços para a comunidade”.

Atendimento

Informações repassadas pela Técnica em Enfermagem, Maria Leonília Vieira, responsável pelos dados estatísticos da unidade, apontam os números de atendimentos do HDT no período de janeiro a junho deste ano:

Hepatites A, B e C – 246 casos notificados e 50 pessoas em tratamento;
Meningite – 20 pessoas em tratamento;
Dengue – 51 casos notificados e 8 confirmados em tratamento;
Calazar – 152 – casos notificados e 31 em tratamento;
Malária, Hanseníase entre outros somam 1498 casos notificados.

Sobre o HDT

Aberto desde 1989 e contando atualmente com 376 servidores, o HDT é único do Estado do Tocantins que é referência para tratamento de doenças infecciosas transmissíveis e não transmissíveis como: meningite, calazar, dengue, febre amarela, raiva, HIV/Aids, hepatites, tuberculose, hanseníase, dentre outras, também, chamadas de doenças tropicais, que necessitam de tratamento específico e muitas vezes contínuo. Além do Tocantins, o hospital atende pacientes de estados vizinhos como Pará, Maranhão e Piauí.

 

(Portal O Norte)