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Estudantes voltam às ruas e realizam novo protesto

Divulgação
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Centenas de alunos da rede estadual de ensino voltaram às ruas na manhã desta quinta-feira (22) para protestarem contra as transferências injustificadas de professores. Cerca de 400 alunos saíram por volta das 7h30 em caminhada do Centro de Ensino Médio José Aluísio, no Setor Coimbra, até o CEM Paulo Freire, no centro da cidade, em um percurso de aproximadamente 1,5 km, onde fizeram protestos com faixas e interditaram a Rua Sadoc Correia.

Enquanto do lado de fora os estudantes faziam um “apitaço” e gritavam pedindo a não transferência do professor de Química, do lado de dentro os estudantes se recusaram a assistir aulas e protestaram no pátio da escola. Já a direção do CEM Paulo Freire determinou que os portões fossem mantidos fechados para que os alunos não se juntassem ao grupo que já estava do lado de fora.

Em resposta, os estudantes do CEM José Aluísio mantiveram a interdição da rua até às 11h20, momento em que os portões foram abertos e os alunos liberados. De lá, uma multidão saiu percorrendo as principais ruas seguindo em direção ao Ministério Público Estadual (MPE) onde foram recebidos pelo promotor Alzemiro Wilson Peres Freitas.

Ao representante do órgão, os estudantes entregaram um documento pedindo que sejam requeridas explicações da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) quanto aos critérios utilizados nas remoções e lotação de professores. Segundo o promotor Alzemiro Freitas, um ofício já foi encaminhado à Diretoria Regional de Araguaína, no dia 20 de agosto, cobrando os devidos esclarecimentos num prazo de 10 dias.

Professores transferidos

Segundo os estudantes do CEM José Aluísio, o motivo do protesto é por causa da transferência, injustificada, para o CEM Paulo Freire do único professor de Química, Rodilson da Silva Paulo, que trabalha na unidade há 12 anos.

“O objetivo do movimento é dizer não às medidas arbitrárias do secretário de Educação, senhor Danilo de Melo, e da senhora Diretora Regional de Araguaína, Edilandia Matos, onde servidores do Estado, professores, estão sendo transferidos sem nenhum critério técnico exigido pela Lei 1.818 [Estatuto do Servidor]. Simplesmente chega um documento na escola, um acordo político entre diretores e feito às escuras, e os prejudicados somos nós, professores e alunos. Isso é uma arbitrariedade desse Governo que se diz democrático”, criticou o professor Mário Lima.

Segundo o estudante do 1º ano, Fernando Feitosa, os alunos não aceitam a transferência do professor de Química e os protestos irão continuar caso a portaria não seja revogada. Além disso, eles não aceitam que um professor graduado em Matemática substitua o de Química. Já no CEM Paulo Freire, os alunos estão também questionando a transferência de quatro servidores, dentre eles, o professor Edmilson Soares da Silva Costa, também de Química, para o CEM José Aluísio.

Conforme os estudantes, o motivo da “troca dos professores” seria para apaziguar uma animosidade entre os servidores transferidos do Paulo Freire e o diretor escolar, Joaquim Rodrigues Alves Neto Nunes.

Resposta da Diretoria de Ensino

A Diretora Regional Edilandia Matos esclareceu que não haverá a transferência dos professores citados na reportagem. Segundo ela, foi sugerida uma permuta entre os servidores, no entanto o professor Rodilson Paulo não aceitou. “A condição para que exista permuta é que ambos aceitem a proposta, caso contrário não se efetiva”, explicou. Edilandia garantiu que o professor Rodilson permanecerá no CEM José Aluísio.

Já com relação a Edmilson Costa, a diretora explicou que em virtude de uma denúncia formalizada pelo professor próprio na Ouvidoria do Estado, ele permanecerá afastado da escola até a apuração do caso. “É o procedimento administrativo a ser seguido em casos como este”, afirmou.

(AF Notícias)