Médicos cubanos: negócio bilionário. Não se trata de ideologia ou saúde pública. E, sim, é trabalho escravo.
Por Gravatai Merengue
Certamente, a maior cortina de fumaça dessa patifaria da importação de médicos cubanos é o truque de circunscrever a discussão nos ambientes ideológicos ou de saúde pública. Seja por má-fé ou simples burrice, os defensores do governo fazem isso para fugir do objetivo central do contrato: repassar bilhões à ditadura de Cuba.
Exportação de gente
O principal produto exportado por Cuba não é agrícola ou mineral, mas sim os médicos. Se alguém duvida, confira aqui. E o país ganha bilhões com isso de uma maneiras espúria e considerada ilegal (ao menos no Brasil): retenção de salários.
Cuba manda médicos para os países que pagam uma fábula DIRETAMENTE AO GOVERNO. A ditadura cubana retém a grana e repassa a menor parte ao profissional. É a típica e clássica “terceirização ilegal”, com requintes de escravidão moderna (falaremos disso mais adiante, para desespero dos relativistas sakamotianos do trabalho escravo).
Notem que não é lorota: a própria vice-ministra da saúde de Cuba reconhece. A MAIOR PARTE DA GRANA FICA COM A DITADURA. Está aqui, para que os defensores desse modelo trabalhista inaceitável não tenham para onde correr – fora simplesmente assumir que se fingem favoráveis a isso porque, se o governo mandar, eles defendem qualquer coisa.
Apenas no Brasil, serão quatro mil cubanos recebendo, por mês, R$ 10 mil. Numa conta BEM conservadora (e irreal, como todos sabemos), o governo ficaria com R$ 6 mil de cada um, perfazendo um valor mensal de R$ 24 MILHÕES.
Em apenas um ano, serão R$ 288 milhões de reais enviados a Cuba. Dinheiro que seria para o salário do trabalhador vai direto para a ditadura. E, vale repetir, essa conta é a mais conservadora (e irreal). Como o valor é muito maior, uma conta mais próxima da realidade seria a seguinte: a ditadura cubana ficará com PELO MENOS R$ 28 milhões, totalizando anualmente R$ 336 milhões. Em três anos, Cuba terá embolsado MAIS DE UM BILHÃO DE REAIS do dinheiro do salário do médico.
Um negócio bilionário. Nada de ideologia ou preocupação com saúde pública, mas sim bilhões de reais para a ditadura “amiga” do partido que governa o Brasil. Um negócio de exportação dessa monta costuma ter intermediários, pois imaginem a comissão…
Acho que agora ficou claro a quem fazia de tudo para passar um pano nesse negócio.
Sim, é trabalho escravo!
Houve uma (não surpreendente) relativização sakamotiana, segundo a qual não se pode chamar esse regime de “escravidão”, pois a lei não inclui tal modalidade nos itens que configuram de fato o trabalho escravo ou análogo à escravidão.
Má-fé pura e sacana. É sim trabalho escravo.
O médico cubano NÃO PODE requerer todo seu salário, NÃO PODE mudar de cidade, NÃO PODE prestar serviços privados, NÃO PODE renunciar a essa vaga para fazer outra coisa, NÃO PODE nem mesmo escolher com quem namorar (seja gay ou hétero).
Escravidão, portanto. Já falei sobre o tema, quando o DCE tentava pateticamente emplacar (juro…) a tese da XENOFOBIA.
O mais BIZARRO é que o regime de trabalho dos médicos cubanos é ainda pior que o dos costureiros bolivianos. São dois casos deploráveis e inaceitáveis, mas os médicos cubanos tem o agravante de serem enviados sob ordens de uma ditadura que retém ela própria parte do salário, ameaçando suas famílias – que permanecem em Cuba – caso o engraçadinho de jaleco resolva pedir asilo.
Não deixa de ser espantoso que o caso mais grave seja DEFENDIDO por alguns governistas que, ao mesmo tempo, atacam violentamente o uso da mão de obra análoga à escravidão nas oficinas de costura.
É aquilo de sempre: primeiro o partido, depois a causa. Mesmo quando a causa é alguma garantia constitucional básica da existência humana. Não importa. Primeiro o partido, depois esses detalhes.
Para provar de uma vez que a bizarrice não tem limites, já existe um PARECER PRONTO da Advocacia Geral da União, segundo o qual os médicos de Cuba não poderão pedir asilo político para fugir da ditadura.
Imagina a cara do Battisti.
E vale lembrar, por fim, que o salário é uma garantia constitucional IRRENUNCIÁVEL. Por mais que uma vítima da ditadura, com medo de levar bala na cabeça, diga que “concorda” em receber apenas parte da remuneração, esse trabalhador NÃO PODE FAZER ISSO.
Sim, não é permitido “abrir mão” do salário. O sujeito pode atear fogo em tudo, mas primeiro RECEBE CADA CENTAVO, assina o recibo, comprova que pegou tudo em suas mãos, daí faz o que quiser (em caso de sequestro de familiares, é claro, não se trata de fazer o que “quiser”, mas sim aquilo que os mantenha vivos).
Resumindo: é sim trabalho escravo. Cada médico cubano é um escravo moderno (não tão moderno assim). Não importa o que diga quem costuma condenar a escravidão, mas agora dá aquela AMENIZADA – só porque agora o senhor de engenho é amigo do partido.
Padilha, o banana
O repasse bilionário para a ditadura cubana faz emergir uma das figuras mais patéticas da política nacional (e olha que a disputa está longe de ser fácil): Alexandre Padilha, o banana que também acumula cargo de Ministro da Saúde.
O ponto alto foi ter dito, de maneira imbecil ou cínica, que os médicos cubanos não estariam submetidos à lei trabalhista brasileira, mas sim À LEI CUBANA. Sim, ele disse isso – e qualquer um do DCE que conheça um pouco de direito fez que não ouviu ou pediu a Deus que não sejam obrigados a defender esse pateta em 2014.
Evidentemente, o trabalhador – mesmo estrangeiro – é regido pela LEI TRABALHISTA BRASILEIRA. Mesmo se for cubano, mesmo se for por meio de um contrato bilionário, mesmo se o ministro ficar chateado. Vale a nossa lei. Ponto.
E, por óbvio, os fiscais e o ministério público do trabalho começarão a aplicar multas e abrir processos tão-logo se inicie o vínculo. Para evitar o cancelamento dos contratos, o governo precisará aprovar medidas para revogar artigos da CLT – e não duvidem que nossos esquerdistas-do-governo também passem a defender isso (um curioso efeito colateral positivo nesse caos de arbitrariedades ditatoriais).
Padilha também protagonizou um momento patético, quando NEGOU a contratação de médicos cubanos e, bom, precisou passar por cima da própria palavra (nada que seja também muito difícil).
Não dá para não lembrar do “VAI PRA CASA, PADILHA!” do Jô Soares (aliás, não achei vídeos desse momento do humor brasileiro, quem tiver poderia colaborar, hein?)
Ah, sim! Há quem considere INCOERENTE ser a favor das mudanças na CLT e, ao mesmo tempo, não aceitar que Cuba possa escapar da lei. Sim, acusaram a mim dessa forma.
É preciso desenhar: ser a favor de uma MUDANÇA LEGAL não significa ser a favor de que APENAS OS AMIGOS DO PARTIDO DO PODER possam passar por cima dessa lei. Ou ela muda para todos, ou todos a cumprem da mesma forma.
Sei que é algo até meio bobo de tão óbvio, mas vivemos em tempos um tanto complicados e é preciso fazer ressalvas aparentemente doidas.
Enfim, é isso: não se trata de ideologia ou preocupação com saúde pública, mas um negócio bilionário em favor da ditadura cubana, pago com nossa grana (impostos). O principal produto exportado por Cuba é a mão-de-obra análoga à escravidão (sim, é escravidão). E Padilha é tapado ou cínico; ou ambos.
ATUALIZAÇÃO: para quem ainda tenta dizer que não se trata de trabalho escravo, peço por que leia isso. E agora?
Implicante.org