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Hospital Regional de Araguaína está à beira de um colapso, diz tribunal

Divulgação
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As irregularidades nos hospitais do Tocantins foram apontadas em um relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Passaram pela vistoria 12 das 19 unidades públicas. O relatório concluiu que muitos problemas acontecem por falha na gestão. Em algumas unidades as salas que deveriam ser ocupadas por pacientes estão servindo de depósito para empresas terceirizadas.

No Hospital Regional de Araguaína, considerado o mais precário, o único aparelho de radioterapia quebra de forma constante e segundo a auditoria existem mais dois aparelhos que poderiam ser usados, mas nunca foram utilizados porque a administração não definiu um local para instalá-los. Para o tribunal, o Hospital de Araguaína está à beria de um colapso, situação tão grave que não tem licensa para funcionar como unidade de saúde.

A fiscalização também passou pelo Hospital Geral de Palmas. O TCU questiona a gestão inadequada de espaço na unidade e cita como exemplo a empresa Recep Engenharia contratada para fazer reparos na unidade de saúde. A Recep ocupa uma sala só para guardar peças de reposição, outras duas salas para o setor administrativo e mais uma sala para repouso e escala dos funcionários e ainda uma ala para guardar materiais e equipamentos.

Foto mostra pacientes deitados no chão de hospital em Araguaína (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Foto tirada por um advogado mostra o que seriam
pacientes deitados no chão do corredor do hospital
de Araguaína. A secretaria de saúde diz que
as pessoas são acompanhantes
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

No Hospital Regional de Gurupi a empresa terceirizada Litucera também ocupa um espaço grande dentro da unidade de saúde. Até as roupas e lençóis fornecidos pela empresa são confeccionados dentro do hospital.

A fiscalização passou ainda pelo setor de medicamentos das unidades. A falta constante de remédios e insumos acontece porque os hospitais usam uma programação inadequada de compras e nem tudo o que é solicitado pelas unidades de saúde é atendido pela secretaria estadual. Também foram encontradas falhas nos registros de preços.

Os hospitais não possuem um sistema que contabilize os medicamentos que estão prestes a vencer o que coloca em risco os próprios pacientes. Para o TCU a crise de desabastecimento nos hospitais do Tocantins seriam amenizadas se houvesse um planejamento para a aquisição dos remédios e insumos.

A Secretaria de Saúde do Tocantins informou que está investindo mais de R$ 450 milhões em obras de infraestrutura em todos os hospitais. Quanto às terceirizadas, a secretaria disse que estas empresas, como prevê o edital de contratação, paga um aluguel pelas salas utilizadas já que a presença delas dentro na unidade hospitalar é essencial para a logística de atendimentos das demandas das unidades.

O órgão informou ainda que já adquiriu um novo Acelerador Linear [dispositivo utilizado dentro do serviço de radioterapia] e está na fase de construção da sala específica para a sua instalação, que deverá acontecer nos próximos meses. Quando a instalação for finalizada o Hospital Regional de Araguaína passará a contar com dois aparelhos de radioterapia para atender a população, enfatizou a secretaria de saúde.

(G1)