Natália Barreto

Doses de ilusão

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Esses dias cheguei  à conclusão de que o próprio ser humano cria um cenário de frustrações, ilusões e decepções para ele mesmo.

Procuramos a todo o momento, incessantemente por minutos de felicidade, que sejam eternos e mágicos. Tais minutos acabam rápido demais, e de novo estamos procurando por eles, imersos  na nossa própria prisão mental.

A felicidade e a paz de espírito não estão nesses comerciais  colgate, nem nos filmes de comédias românticas. São projeções e delírios de nós próprios para nos iludirmos cada vez mais e tentar abafar esse vazio que às vezes nada preenche.

Temos que entender que a tristeza tem que ser bem vinda, assim como a felicidade. Entender que o vazio existe sim e está tentando te dizer algo, que algo deve ser preenchido.

Nós ocidentais fomos domesticados pela a publicidade, pela a venda de sentimentos irreais. Temos extrema rejeição ao sofrimento, à desilusão, à dor. Quando esses são os principais professores e mestres que te guiarão para a real paz espírito.

Entenda e aceite que a vida é um eterno “não saber”, que perdemos e ganhamos, que ficamos  tristes e alegres. Entenda toda a beleza de se tornar cada vez mais forte diante dessas marés sentimentais instáveis. Aprenda a nadar nesse vasto oceano de emoções e surpresas, uma hora afogamos mas logo voltamos à superfície respirando aliviados.

Dê um sentido real à sua vida, ajude as pessoas, cuide do nosso planeta, deixe todas as sementes que estão em você do progresso e da bondade germinarem. Seja bom. Seja humilde. Útil.  Seja bom de novo.

Se dê por perdido(a), porque realmente somos todos perdidos nesse Universo, mas se encontre em tudo que fizer seu coração transbordar. Respire por um instante sem o peso da busca pela a felicidade nas costas, então você sentirá paz e plenitude.

Natália Barreto