Delegada da Deic de Araguaína se irrita com imprensa, manda prender repórter da TVE por “desobediência” e apreende também materiais de trabalho
A delegada Maria Dinesitania Cunha, da Delegacia Especializada em Investigação Criminal (Deic), de Araguaína, prendeu nessa terça-feira, 14, por volta das 16 horas, uma repórter TVE e também apreendeu alguns materiais de trabalho da equipe. Segundo policiais civis de Colinas, a imprensa acompanhava a remoção de um veículo de Araguaína para Colinas.
O tumulto, conforme policiais civis de Colinas, foi em decorrência da delegada não ter liberado uma camionete que estava guardada no pátio daquela delegacia. Segundo eles, o veículo é fruto de uma operação realizada naquele município por uma equipe de Colinas e, na época da apreensão, o veículo estava em poder do proprientário, que é traficante de drogas, e estava sendo negociada por oito quilos de pasta base. O traficante não teve o nome divulgado.
Conforme a PC, a Justiça de Araguaína teria remetido o processo para comarca de Colinas por entender que aquela seria a jurisdição compete para julgar o processo uma que vez as investigações correm naquela região. Assim, nesta terça, 14, de posse da decisão judicial emitada pela Vara Criminal de Colinas, a delegada Olodes Maria Oliveira Freitas, solicitou que os agentes fossem cumprir a decisão e retirar veículo do pátio da Deic.
Já em Araguaína, a equipe de policias de Colinas procurou a nova titular da delegacia regional, Antônia Ferreira dos Santos, a qual teria recebido a equipe “muito bem”. De posse de toda a documentação necessária para a remoção do veículo, a nova delegada teria entrado em contato com a Deic ratificando a retirada do veículo. Segundo eles, o escrivão, que é marido da delegada Maria Dinesitania, recebeu a equipe de policiais e de posse de todas as licenças, teria entrege a chave da camionete e pediu que fosse verificado se era a correta.
Como o veículo estava parado há tempo, os policias iniciaram a verificação de funcionamento dele. Naquele momento, segundo os policiais, chegou um agente que trabalha na Deic e informou que a delegada Maria Dinesitania teria solicitado que a equipe deixasse o local, uma vez que não tinha autorização para adentrar e a solicitação foi acatada. Contudo, ainda segundo eles, a delegada, que não os recebeu, gritava dizendo “este povo acha que não tenho o que fazer” e totalmente “descontrolada” batia portas e janelas. Em seguida, segundo eles, a delegada teria iniciado uma briga com a imprensa.
Naquele momento, uma repórter da TVE teria perguntado à ela se e queria dar a sua versão para o caso da proibição da retirada do veículo da delegacia.
Segundo os policiais, a delegada teria se irritado novamente e teria mandado prender a equipe da TV, apreender a câmera, microfone, telefones celulares e obrigado a repórter a assinar um Boletim de Ocorrência (BO). Conforme os policiais, consta no boletim que a equipe teria cometido desobediência e não portava documento que os identificasse.
De acordo com informações extraoficiais, a delegada tem transtorno bipolar. Conforme uma fonte do CT, que preferiu não ser identificada, Maria Dinesitania Cunha “não deveria exercer as funções e tampouco ter porte arma, uma vez que um médico já teria até sugerido que a delegada se afastasse do cargo”
O CT tentou contato com a delegada Maria Dinesitania, mas foi informado por funcionários da Deic de que ela estaria em diligência. O espaço está aberto.
O CT também entrou em contato com a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Tocantins (Sindjor), Socorro Loureiro, que informou que irá se pronunciar por meio de nota.