Mundo

Vírus do ebola persiste em olho de paciente curado

olho-ian-crozierO médico americano Ian Crozier, agora com 44 anos, contraiu ebola em Serra Serroa em setembro do ano passado. Ele trabalhava como voluntário da Organização Mundial da Saúde (OMS) no país africano, tratando de pacientes vítimas da epidemia no oeste do continente. Transferido para os Estados Unidos, Crozier recebeu alta do Hospital da Emory University, em Atlanta, em outubro, após uma batalha contra o vírus que quase lhe tomou a vida.

O olho de Ian Crozier, médico curado do ebola (Foto: Reprodução/The New England Journal of Medicine)

Dois meses após a cura, Crozier voltou ao hospital com problemas de visão, uma forte dor e pressão alta no olho esquerdo. O resultado dos exames para averiguar o que acontecia com o americano surpreenderam os médicos: o olho estava tomado pelo vírus do ebola. Testes mostraram que suas lágrimas e a superfície do olho, entretanto, estavam livres do organismo. O que significa que não há risco de que Crozier contamine outras pessoas. Porém, não se sabe ao certo se os médicos que operam os olhos de pacientes que tiveram ebola correm risco de contaminação.

Quando já tratava de seu problema na vista – que não retrocedia – Crozier tomou um susto ao acordar um dia e se olhar no espelho, segundo reportagem no The New York Times: a cor do olho esquerdo mudara de azul para verde. Como os tratamentos convencionais não surtiram efeito, os médicos apelaram para uma droga experimental – cujo nome não foi divulgado, para divulgação futura em outro artigo médico. Não há certeza de que foi esse medicamento que salvou a visão de Crozier, mas é no que acredita a equipe médica, que inclui o próprio paciente.

A descoberta de que o vírus ebola pode persistir no olho de pacientes curados foi publicada em artigo nesta quinta-feira (7) no The New England Jounal of Medicine. Crozier é um dos autores.

Médicos que trabalharam contra a epidemia no oeste da África agora buscam dar auxílio àqueles que sobreviveram à doença. Segundo John Fankhauser, médico que dirige um grupo de apoio na Libéria, ouvido pelo The New York Times, afirma que dor crônica, dor de cabeça e problemas na vista são os problemas mais comuns detectados nos pacientes que se curaram do ebola. De acordo com ele, há pessoas que apresentam esses sintomas mesmo nove meses após a alta.

LY