Sem ajustes fiscais, frigoríficos do Tocantins planejam reduzir produção e se esforçam para não demitir ou até mesmo fechar portas
O presidente do Sindicato das Indústrias Frigorificas de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes), Oswaldo Stival Júnior, afirmou que sem ajustes fiscais empreendimentos do Estado vão reduzir a produção e há risco até mesmo de demissões ou de fechar as portas.
“A crise hoje é nacional e todos estamos sofrendo as consequências. Nós das indústrias frigoríficas do Tocantins estamos fazendo ações para não ter que reduzir o quadro de servidores ou até mesmo fechar, mas já estamos chegando em uma situação em que apenas cortar os custos e os investimentos não está fazendo efeito e teremos que tomar medidas mais drásticas, infelizmente”, disse.
A declaração ocorreu nessa terça-feira,23, durante reunião entre diretores e associados da 35ª assembleia ordinária da entidade, em Palmas.
Conforme a Adapec (Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins) e da SFA/MAPA–TO (Superintendência Federal da Agricultura), o Tocantins tem ao menos 15 frigoríficos, dos quais 13 são de abte de bovinos e dois de aves. Além disso, podem haver frigoríficos de menor porte registrados nos sistemas municipais.
A crise da carne já afetou outros mercados do País. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, a queda por demanda de carne contribuiu para o fechamento e demissão de trabalhadores em frigoríficos de 13 municípios do estado. Já são 10 frigoríficos de médio e grande porte que encerraram as atividades em Mato Grosso do Sul desde janeiro do ano passado.
“No Tocantins, os frigoríficos trabalham visando conter os efeitos da crise, não gerando o desemprego e evitando o fechamento das indústrias. Contudo com a falta de crédito, o aumento do desemprego, a redução do consumo de carne no mercado interno e também a falta de animais podem influenciar na produção das indústrias frigoríficas do Estado”, afirmou Stival Júnior.
Em todo o país, 26 unidades fecharam neste ano, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Frigoríficos. As exportações da carne bovina caíram 15% nos primeiros quatro meses de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. Já no mercado interno, a procura está 20% menor, estimam os empresários. A carne já subiu mais de 18% no último ano. O Tocantins conta com 15 frigoríficos que geram cerca de 8 mil empregos.
ICMS
Também foram discutidas as negociações com o governo do Estado sobre o valor da alíquota de ICMS na comercialização do boi vivo e valor da contribuição das empresas para o Fundo de Desenvolvimento Econômico (CDE) do Estado, que hoje é de 0,3% sobre o faturamento mensal.
“A assembleia é mais uma oportunidade de trocarmos ideias com os nossos associados, de fazer um resumo do que realizamos e também de traçar os projetos para o segundo semestre. E de colocamos a nossa diretoria a par das nossas ações junto ao governo em busca de melhorias para setor”, declarou Stival Junior.
Ainda durante a assembleia, os diretores marcaram a data da eleição para biênio 2015/2018, que está prevista para agosto. Participaram da reunião o vice-presidente do Sindicarnes, Claudio Ney de Faria Maia (Plena Alimentos), e os diretores Paulo Roberto Curvo Cavalcante (Masterboi), Nilson Alves Previato (Minerva Foods), Edivan Nascimento Moreira (Boi Forte), Geraldo Heleno de Faria (Boi Brasil) e Wandenilson André Bernardes Rabelo (Minerva Foods); além do assessor jurídico, Antônio Clériston Leda Mourão, e do gerente executivo da entidade, Gilson Cabral.
(norteagropecuario)