Estado

‘Vamos terminar aqui’, diz casal que se conheceu em cemitério há 40 anos

Mãos-dadas

Um casal de Gurupi, região sul do Tocantins, que se conheceu em um cemitério de Itaituba (PA) está celebrando 40 anos de união nesta segunda-feira (2). A dona de casa Maria das Graças, de 59 anos, e o agente de engenharia aposentado, João Alexandre da Silva, de 71 anos, se viram pela primeira vez em um Dia de Finados. “Foi amor à primeira vista. Sempre brinco com ele que aqui começamos e aqui vamos terminar”, conta Maria. Para celebrar a data, eles acendem uma vela em agradecimento ao tempo de união.

“Por se tratar de um dia triste, pois já perdemos parentes próximos, costumamos acender velas para os entes queridos e outra para nós dois. Também fazemos orações para agradecer o tempo em que estamos juntos”. De acordo com Maria, as velas tiveram papel importante para início da relação. Foi ao ver a atual mulher pegando velas em túmulos, que Silva se aproximou para conversar.

“Minha mãe costumava levar a mim e as minhas irmãs ao cemitério no Dia de Finados. Eu era muito jovem, tinha só 19 anos, e fiquei com dó por ver alguns túmulos enfeitados e outros sem nada. Então peguei velas daqueles que tinham mais e redistribui entre aqueles que tinham menos. O João se aproximou e disse que o que eu estava fazendo era pecado. Eu respondi que não, porque todos mereciam receber velas nesta data. Então ele disse que ia me ajudar”, conta a mulher.

Segundo a dona de casa, depois que espalharam as velas pelos túmulos, Silva convidou Maria para sair e três meses depois eles se casaram. “Dez meses após o casamento tivemos nossa primeira filha. Ao todo temos três filhos e também ensinamos a eles a tradição de lembrar das pessoas queridas que já se foram, nessa data. Eles também nos acompanham ao cemitério no Dia de Finados.”

Maria diz que as pessoas acham bonito e engraçado a história de como eles se conheceram, que para ela é obra do destino. “Não acredito que a data ou as almas tenham influenciado a nossa união. Acredito que é coisa escrita por Deus, é destino.”

G1