Brasileira O2iron se une com canadense, para explorar minério de ferro no Tocantins.
A mineradora brasileira O2iron fechou um acordo com a canadense Golden Raven Resources, para explorar e beneficiar minério de ferro na região Norte do país. Juntas, as empresas planejam investir cerca de US$ 500 milhões ao longo de três anos em um projeto que envolve pesquisa, lavra e produção de ferro-gusa e pellets (pelotas de ferro).
Segundo os termos do acordo, a Golden Raven vai incorporar 100% da O2iron, ao mesmo tempo em que os acionistas brasileiros passam a deter 50% da empresa resultante e da Golden Ravens, o que os torna controladores da canadense. Depois de aprovada pelos órgãos reguladores, a operação, conhecida como fusão reversa, permitirá que a nova empresa explore uma área de 200 km de extensão no Estado do Tocantins (NO).
“Somos uma empresa júnior (pequena), mas não pensamos somente em achar os recursos e vendê-los. Queremos produzir e procuramos um sócio, mas queríamos que o controle fosse brasileiro”, disse ao Valor o atual controlador da O2iron e futuro presidente da nova empresa, Pedro Jacobi. Hoje, a Golden Raven é controlada pelo grupo investidor canadense Forbes West, enquanto a O2iron é controlada pela Jacobi Mineração e pela Geobraz Exploration.
Segundo Jacobi, estimativas preliminares mostram que a área a ser pesquisada contém recursos que podem alcançar 2 bilhões de toneladas de minério de ferro, com teor de 35%. Serão investidos até US$ 12 milhões nos projetos de pesquisa. Depois de ter o direito de lavra, os investimentos somarão US$ 100 milhões para colocar a mina em operação. Já o projeto de transformação do minério está estimado em US$ 350 milhões (as plantas de ferro-gusa e pellets).
Estão incluídas no plano oito unidades de industrialização do minério, que o transformarão em ferro-gusa e ferro pellet (pelotas de ferro). Deverão ser beneficiadas 8,8 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, que devem gerar 2 milhões de toneladas de ferro-gusa e 1,3 milhão de toneladas de pelotas de ferro.
“Esperamos começar a produzir em três anos”, afirmou o executivo. Dentre as vantagens previstas para as operações está a facilidade logística, já que a área está próxima à Ferrovia Norte-Sul. Além disso, os custos de mineração, segundo o executivo, não são altos, já que o minério aflora no solo. O tipo de ferro encontrado é o oolítico, ainda não explorado no país.
O plano da nova empresa é se tornar fornecedora de usinas de aço que, no entanto, vive uma fase de depressão. A situação é evidenciada nos preços médios do ferro-gusa, que baixaram de US$ 600 a tonelada no início do ano, para cerca de US$ 470 nos contratos de vendas do Brasil para a China. “Queremos casar as operações com a siderurgia”, disse Jacobi.
A operação com os canadenses foi intermediada pela boutique de finanças Sigel Capital.
(Valor Econômico)