BrasilEstado

Empresários e membros da bancada ruralista dizem que Kátia Abreu perdeu força e não é mais interlocutora da classe

senadora-ana-amelia-0102A proximidade com a presidente, entretanto, fez com que ela ganhasse mais inimigos –além do PT, dos movimentos de sem-terra e ambientalistas. “Na política, existe a seguinte receita: quando não se pode vencer um inimigo, junte-se a ele”, diz a senadora Ana Amélia (PP-RS), vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária no Senado. No dia 3 de fevereiro de 2015, Dilma estava na primeira fila de convidados do casamento de sua ministra da Agricultura com o engenheiro agrônomo Moisés Gomes.

Os empresários críticos ao trabalho de Kátia Abreu preferem o anonimato. Dizem que, antes porta-voz dos ruralistas, a ministra perdeu força no setor por estar mais preocupada com sua projeção pessoal do que com as demandas agropecuárias. Afirmam ainda que ela deixou muitas de suas bandeiras de lado por, agora, fazer parte de um governo petista.

 

“O maior problema dela está dentro do próprio governo. O ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), por exemplo, continua com suas convicções e combate ferozmente o agronegócio. Como fazer parte de um governo em que há visões diferentes para um tema que é fundamental para o país?”, questionou Ana Amélia.

Parte da bancada ruralista no Congresso diz não ter interlocução com a ministra, que quase sempre recebe deputados de pé para que a conversa seja rápida. “A Kátia Abreu, que foi a maior líder rural do país, não é a mesma Kátia Abreu ministra. Ela não defende mais as mesmas lutas. Parece que esqueceu as bandeiras que ela defendia”, disse o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).

“Não concordo, mas compreendo porque já fui como eles”, responde a ministra. “Não me arrependo e faria tudo de novo. Agi de acordo com a minha consciência e com os meus princípios. Fiz por gratidão a tudo que a presidente já fez pelo setor”, diz.

(Folha de SP)