Dólar dispara e Bolsa cai após processo de impeachment ser anulado
O dólar disparou por volta do meio-dia desta segunda-feira reagindo à notícia de que o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, atendeu ao pedido da Advocaia Geral da União (AGU) e suspendeu o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo nota, uma nova sessão deve ser realizada no prazo de cinco sessões a partir da devolução do processo do Senado.
Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a subir 4,81%, cotada a R$ 3,6721. Por volta das 12h30, porém, desacelerava os ganhos e subia 2,08%, a R$ 3,5764. No mercado de ações, o Ibovespa ampliou o movimento de queda e, no mesmo horário, recuava 2,29%, aos 50.531 pontos.
Os papéis de blue chips (ações que têm grande liquidez na Bolsa) aceleraram o ritmo de queda após a notícia. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobrás entraram em leilão com baixas de 9,90% e 10,62%, respectivamente. O mesmo ocorreu com Bradesco PN (-2,84%) e Itaú Unibanco PN (-0,86%). Entre outros papéis listados no Ibovespa, Vale ON recuava 9,24% e PNA caía 8,14%, enquanto Banco do Brasil ON perdia 5,75%.
O setor de siderurgia também se destacava entre as principais quedas, com Usiminas PNA passando por leilão ao atingir oscilação negativa de 13,30%.
Impeachment. A Advocacia-Geral da União (AGU) havia protocolado no dia 25 de abril, na Câmara dos Deputados, pedido de anulação da sessão do último dia 17 de abril em que a Casa aprovou, por 367 votos a 137, a admissibilidade do processo de impeachment. Assinado pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, o pedido elencava pelo menos quatro ilegalidades na sessão.
Durante o fim de semana, Waldir Maranhão viajou para São Luís, tentando costurar apoio político para garantir sua permanência no cargo. No domingo, 8, o deputado retornou a Brasília no início da noite, no jatinho da FAB destinado ao deslocamento das autoridades federais. A bordo também o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), aliado da presidente Dilma Rousseff.
Maranhão assumiu a presidência interina da Câmara na semana passada, após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
(MSN)