Raul diz que não recebeu um centavo do dinheiro prometido por Cachoeira
Nas quatro horas e meia que ficou frente a frente com os membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, nessa terça-feira, 10, o prefeito de Palmas Raul Filho não contou com o apoio de nenhum dos parlamentares de seu partido e nem mesmo daqueles ligados à ele. Antes de começar o depoimento, os senadores e deputados presentes debateram o requerimento apresentado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), no qual ele pedia que o vídeo exibido pelo “Fantástico”, da TV Globo, fosse exibido para os parlamentares presentes na sessão.
Acompanharam o prefeito no depoimento a primeira-dama, deputada estadual Solange Duailibe – a quem Raul se referiu muito emocionado por duas vezes -, sua cunhada Kênia Duailibe -, o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Robledo Suarte.
O pedido foi indeferido porque o presidente da CPMI, Vital Do Rêgo (PMDB-PB), considerou que isso influenciaria a oitiva, e considerou também que o vídeo não foi obtido de forma oficial.
Antes das perguntas feitas pelos parlamentares, Raul filho, que se encontra em Brasília desde essa segunda-feira, 10, leu algumas considerações com relação à sua gestão à frente da Prefeitura de Palmas e sobre o vídeo divulgado na TV. No relatório, Raul não perdeu a oportunidade de criticar o governo dizendo que Palmas não conta o apoio da administração estadual, que “se apequena” com questões partidárias e não contribui com a Capital.
Video
Após listar uma série de benefícios que ele teria feito para a Capital, o prefeito falou sobre o vídeo divulgado pelo Fantástico. Raul negou que o contraventor Carlinhos Cachoeira tenha feito qualquer contribuição à sua campanha, em 2004, apesar dos pedidos e promessas mostradas pelo vídeo. Ele contou aos parlamentares que encontrou casualmente Cachoeira em 94 em Goiânia, e só depois de 18 anos teria voltado a vê-lo nesse dia em que o vídeo foi mostrado.
Acusações
O petista foi chamado de “cínico”, acusado de “querer ser dono de Palmas e oferecer a cidade para Cachoeira”, de manter uma relação de “barganha e corrupta” com o contraventor. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que Raul agiu de forma irregular e atingiu direitos básicos do direito administrativo, por isso, conselheiros rejeitaram as contas, e não apenas Jamil.
Raul, durante as quatro horas e meia, insistiu em que é um homem honrado. O prefeito garantiu que não recebeu nenhuma ajuda financeira de Cachoeira e que nunca beneficiou empresas do grupo do contraventor. Ainda que tenha ouvido de Carlos Sampaio: “Grupo de Cachoeira é a Delta, prefeito”.
Ao final da leitura do relatório na abertura de sua sustentação oral, Raul entregou à CPMI Raul uma autorização para quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Em seguida, começaram os questionamentos.
Nas suas considerações finais, Raul agradeceu a oportunidade e disse que queria falar umas “duas palavras” para a senadora Kátia Abreu (PSD), mas deixaria de lado porque ela tinha se retirado. Comentou a ausência de seu partido, afirmando que não precisava dele para se defender e concluiu: “Palmas é governada por um governo sério. E ao terminar tudo isso vocês vão constatar tudo que estamos falando”. (Com informações CT)