Em rede social Governo pede doação de comida para hospital
O governo do Tocantins está pedindo ajuda para manter a alimentação dos pacientes do Hospital Geral de Palmas. Em uma rede social oficial, o Estado afirmou na noite desta quarta-feira (24) que “está contando com a doação de alimentos de voluntários, como empresas e particulares”. A comida do HGP acabou na terça-feira (23) para pacientes e acompanhantes. O problema também atingiu hospitais no interior do estado.
Nesta quinta-feira (25), a Litucera, que é responsável pelo fornecimento da alimentação dos hospitais do estado, recusou receber cerca de R$ 2 milhões porque quer pelo menos R$ 10 milhões para retomar o serviço. A empresa diz que não consegue abastecer o hospital porque o governo deve R$ 75 milhões.
A falta de comida fez com que os próprios pacientes protestassem na tarde de terça-feira (23). Cerca de 400 ficaram sem receber alimentação e tiveram que comprar marmitas na porta do hospital.
A situação do HGP fez com que estudantes do curso de direito da UFT montassem um ponto de coleta de doações dentro da instituição. Os alimentos arrecadados serão doados para os pacientes.
Para o defensor público Arthur Pádua, a situação se trata de uma chantagem da empresa. “O que acontece é uma chantagem. Geralmente eles notificam, cobram o Estado, o Estado não responde, não paga. Aí eles vão lá e cortam o alimento para forçar o Estado a pagar”, disse o defensor público Arthur Pádua.
Dívida
A empresa Litucera presta serviço para o governo desde 2005. De acordo com o Ministério Público Federal, em 2012, uma licitação beneficiou a empresa, que passou a realizar quatro tipos de tarefas para os hospitais.
Desde essa época não houve mais licitação. Os gestores optaram por prorrogar os contratos. Em abril desse ano, a procuradoria da república entrou na Justiça. Fiscais analisaram 25 notas pagas a empresa entre 2012 e 2014.
Conforme o MPF, foi constatado que em todos eles a empresa tem que devolver dinheiro para o estado, porque teria recebido indevidamente, mais de uma vez, pelo mesmo serviço.
Conforme o Ministério Público, para servir alimentação, a empresa recebeu 130 milhões de 2012 a 2014. Sendo 54 milhões, 41% do valor teriam sido pagos de forma irregular. A justiça federal determinou que o governo não dê continuidade nos contratos.
Respostas
A Litucera reafirmou que a dívida do estado ultrapassa R$ 70 mi e que a falta de pagamento impossibilita a continuidade do abastecimento da cozinha dos hospitais. Sobre o processo, a empresa afirmou que não existe fraude e já forneceu documentos que comprovam isso.
O governo do Estado disse que não reconhece o valor da dívida e informou que grande parte desse valor se refere a supostos serviços realizados no fim da gestão passada. Disse ainda que está dando prosseguimento ao processo licitatório para a contratação de novas empresas para prestação desse tipo de serviço nas unidades hospitalares do estado.
(Portal O Norte)