Previsão é de janeiro com chuvas abaixo da média no Matopiba
No momento, o clima na região do Matopiba foge às expectativas de um momento de La Niña, quando eram esperadas mais chuvas para a região.
O mês de dezembro foi bastante seco tanto nessa área quanto para outros estados como Mato Grosso, Goiás, Minas, Espírito Santo e partes de São Paulo. Mas foi o Nordeste que mais sofreu, de acordo com Rodrigo Marques, professor de climatologia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e doutor em meteorologia.
Na fronteira agrícola as chuvas ficaram 50% abaixo do esperado para o período, que era de 107mm. Este fator pode ter um grande impacto, principalmente por essas áreas utilizarem de um plantio mais tardio, que precisam de chuvas para obter eficiência no resultado final.
Serão cada vez mais frequentes excesso em algumas partes e falta de chuvas em outros pontos. Com o enfraquecimento do fenômeno La Niña, o clima no Brasil caminha para o que os meteorologistas chamam de neutralidade, sistema que é caracterizado por chuvas mal distribuídas em todo o país. Ou seja, pode chover numa lavoura e na área do vizinho, faltar água por um bom tempo.
Neste momento, os casos críticos de falta de chuvas são pontuais e no caso dos estados que formam o Matopiba (união de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde há maior déficit hídrico, a previsão aponta para chuvas sobre as regiões agrícolas a partir da próxima semana.
OUTRAS REGIÕES
O Centro-Oeste também sofreu com a situação, mesmo que não tenha sido grave a ponto de afetar as lavouras. Dos 244mm que eram previstos, choveu 64mm a menos. Apenas o Sul do Brasil recebeu chuvas acima da média.
Marques pede para que os agricultores brasileiros estejam atentos aos padrões climáticos dos anos anteriores, conhecendo os históricos e a repetição dos ciclos, o que, segundo ele, ajudaria em uma previsão mais eficiente para os cuidados com o cultivo.
As perspectivas para o trimestre, até o momento, são positivas. Com mapas baseados na última quinzena de dezembro, o meteorologista mostra que grande parte do Brasil está com os índices pluviométricos dentro do esperado, embora esses dados ainda possam sofrer alguma alteração.
Quando a situação é analisada mês a mês, vê-se que em janeiro grande parte do Nordeste possui chuvas abaixo do normal, inclusive a região do Matopiba. Em fevereiro, apenas alguns pontos dessa região estão abaixo da média. Já para março, os volumes estão normais para todo o Brasil, o que pode auxiliar na colheita.
Ele explica que, mesmo sob influência do La Niña, a região Nordeste recebe também a influência do Ciclone tropical do Atlântico Sul, o que pode fazer com que os clima não esteja dentro do previsto anteriormente.
Tradicionalmente, um ano caracterizado por La Niña reforça o sistema de chuvas na Amazônia, o que traz um melhor quadro pluviométrico para o Nordeste. (Da Redação do Norte Agropecuário, com informações do Notícias Agrícolas e Revista Globo Rural)