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Stálin e Mourão criticam condução da PF na Operação Carne Fraca

A Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira, 17, pela Polícia Federal, repercutiu na sessão dessa quarta-feira, 22, da Assembleia Legislativa do Tocantins. A condução da operação foi criticada pelos deputados Paulo Mourão (PT) e Stálin Bucar (PPS). A PF desarticulou uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários que emitiam certificados sanitários sem fiscalização em troca de propina. Ao todo, cerca de 30 empresas fornecedoras de grandes frigoríficos estão sendo investigadas. Além disso, 33 fiscais federais também estão sob investigação.

Mourão parabenizou a Polícia Federal, uma vez que está descobrindo atos de corrupção, mas lamentou a forma midiática como a operação foi divulgada. “Este país precisa realmente ser investigado todos os setores da economia, há ranços e vícios insuportáveis do ponto de vista do processo de corrupção. Não só em setores da economia, como em todos os setores públicos, em todas as instituições, é preciso realmente investigar”, defendeu. “Parabenizo sim a Polícia Federal por investigar atos corruptivos, inadmissíveis no processo da industrialização de carnes, mas faço observação sobre a forma espetacular, midiática, que as investigações e o combate à corrupção estão ocorrendo no Brasil. Parece que é mais importante a ação midiática do que o combate à corrupção, sendo que o mais importante é o que a Polícia Federal faz que é investigar, prender”, classificou.

O parlamentar considerou que “se é uma investigação que ocorre há dois anos já deveria ter punido os culpados, pois eles continuaram praticando os atos que não são admissíveis na economia”. O parlamentar avaliou que é uma questão interna do Brasil que precisa ser cuidada como os outros países cuidam, acima de tudo de fiscalizar. “Os Estados não fiscalizaram e o Ministério da Agricultura que não teve competência para fiscalizar a produção de carnes é coparticipante da corrupção”, defendeu.

Mourão considera que as investigações trouxeram uma desesperança muito grande à sociedade, causando um transtorno jurídico, institucional e financeiro ao Brasil. “Nenhum país no mundo passou por um processo de tamanha investigação e turbulência política e econômica como Brasil”, avaliou.

Ele considerou ainda que há uma manobra feita pela agressividade do processo capitalista do mundo que não querem que o Brasil ocupe seu espaço de grande nação produtora. “O Brasil é o maior exportador de carnes do mundo, bovina e frango, o nosso concorrente principal que são os Estados Unidos querem assumir o que o Brasil pode deixar de vender”, destacou.

Paulo Mourão ressaltou que o Brasil é o maior exportador de soja do mundo, um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo, um dos maiores exportadores de máquinas do mundo e um dos maiores exportadores de petróleo. Conforme explicou o parlamentar, a carne produzida no Brasil tem um dos maiores valores agregados na exportação brasileira. “Em 2016, o Brasil exportou R$ 42 bilhões só em carnes, são US$ 14 bilhões”, listou.

“Enquanto o valor agregado da soja é de US$ 378 por tonelada, do minério de ferro US$ 41 a tonelada e da carne de US$ 2.121 a tonelada. Então quando é industrializada a carne representa várias vezes o valor do minério de ferro”, comparou.