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MP vê aumento no número de mortos em confronto com PM e pede que casos sejam apurados pela Polícia Civil

O Ministério Público do Tocantins entrou com uma ação na Justiça para tentar tirar da Polícia Militar do estado o poder de investigar casos de mortes de civis em confronto com a PM. Para o MP, houve grande aumento na quantidade de casos registrados entre 2014 e 2017 e as investigações ficaram comprometidas por falhas na preservação das cenas de crimes.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2014 houve três mortes de civis em confronto com a PM em todo o Tocantins, em 2017 o total subiu para 46.

Uma norma interna da Polícia Militar determina que cabe a própria corporação investigar ‘crimes dolosos contra a vida praticados por militares contra civis’. O MP informou que vê a regra como uma tentativa de impossibilitar o oferecimento de denúncias contra os militares envolvidos.

Alguns exemplos citados na ação são casos em que armas e munições utilizadas nos crimes foram recolhidas dos locais antes da realização de perícias. O que impede que a dinâmica dos fatos seja comprovada.

A mesma regra foi alvo de questionamentos recentemente, durante a investigação da morte de Leandro Rocha da Cunha, de 16 anos. Ele foi atropelado por uma viatura da PM na região sul de Palmas. Na época, os policiais alegaram que ele tinha tentado fugir de uma abordagem, mas a perícia mostrou que a cena do crime tinha sido alterada.

O caso acabou gerando uma crise entre as forças policiais quando a Polícia Civil prendeu o soldado Silvestre Vieira de Farias Filho que dirigia o carro. A sala de depoimentos da Delegacia de Homicídios de Palmas foi invadida pelo tenente-coronel Francinaldo Machado Bó, comandante de policiamento da Capital, durante o depoimento de Silvestre Vieira. Ele discutiu com o delegado responsável pelo caso.

G1 procurou a Polícia Militar para comentar a ação do Ministério Público e aguarda resposta.

Fonte: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/05/23/mp-ve-aumento-no-numero-de-mortos-em-confronto-com-pm-e-pede-que-casos-sejam-apurados-pela-policia-civil.ghtml