Comerciantes de galeria interditada pensam em alternativas para evitar prejuízos
Os comerciantes da galeria comercial Tukana, antiga Wilson Vaz, fazem planos e pensam em alternativas para não deixar de trabalhar. É que o local onde os comércios funcionavam foi interditado pelo Corpo de Bombeiros na última semana por risco de desabamento. Os trabalhadores agora contabilizam os prejuízos e pensam em como não perder os clientes. (Veja o vídeo)
A galeria é o centro comercial mais antigo da capital. As 300 salas comerciais são divididos em dois andares. O local deixou de funcionar por causa de problemas na estrutura e nas instalações hidráulicas e elétricas. Comerciantes receberam prazo de dez dias para desocupar a galeria.
Cristovina Oliveira é costureira e quer fazer os serviços em outro espaço alugado. “Moro aqui perto e pretendo alugar uma sala embaixo do prédio onde eu moro. Só atravessar as ruas. As clientes já sabem, estou falando para todo mundo”.
Apesar de entender que os negócios vão sofrer alterações, a costureira entende que a mudança é para a própria segurança. “Eu acho ruim porque a gente perde clientes. Tenho muito medo. Um dia quando mudei para cá esse piso levantou todo e eu saí correndo com medo”, disse.
Eliedes Cirqueira alugou um espaço na galeria há menos de dois meses. A sala foi reformada e agora ela vai ter que deixar tudo para trás. “Gastei R$ 60 mil para por essa loja. E agora o que eu vou fazer?”, reclamou a mulher.
Depois da desocupação um grupo de comerciantes criou uma associação, mas ainda não sabe como fazer para evitar os prejuízos. “Pegou todos nós de surpresa. Tínhamos que ter um prazo maior para não prejudicar todo mundo que está aqui. Aqui tem várias famílias”, disse Francisco Neto.
Costureira pretende alugar nova sala para trabalhar — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Entenda
O Corpo de Bombeiros interditou na tarde da última quinta-feira (30) todo o prédio do centro comercial Tukana, a antiga galeria Wilson Vaz, no centro de Palmas. Os comércios que funcionavam no prédio não podem mais ficar no local e os comerciantes terão dez dias para desocuparem as salas.
A interdição ocorreu após o Ministério Público Estadual (MPE) recomendar uma vistoria no local. A análise teria encontrado anomalias e vícios que causam riscos para os ocupantes. O prédio fica na quadra 104 Sul. Um grupo de empresários que trabalha no local ficou em frente ao prédio durante a interdição.
Segundo os Bombeiros, a galeria está com problemas na estrutura e o telhado pode cair a qualquer momento. Esse foi um dos fatores que motivaram a interdição do local.
Os Bombeiros informaram ainda que os problemas existem há anos e que não foram resolvidos, gerando riscos à vida dos comerciantes e clientes. “Há um laudo do ano de 2015 que traz esses problemas que devem ser corrigidos na estrutura, claro sabendo que numa eventual colapsamento do telhado, pode haver efeito cascata e trazer riscos aos usuários”, explicou o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Thiago Franco.
Em nota enviada nesta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros diz que desde 2011 tem cobrado dos proprietários do centro comercial a execução de obras de melhorias estruturais e a devida instalação dos sistemas de prevenção a incêndios. Informou ainda que um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), foi assinado em julho de 2018, juntamente com o Ministério Público Estadual, reforçando a existência da urgente necessidade de solução para os referidos problemas.
Conforme os Bombeiros, assim que o proprietário executar as melhorias apontadas pela vistorias, o centro comercial será reaberto.
O advogado Guilherme Trindade, que representa o centro comercial, informou que solicitará nesta sexta-feira uma reunião no Ministério Público Estadual, com a presença do Corpo de Bombeiros. “O que acontece é que fizemos um Termo de Ajustamento de Conduta para adequar o prédio às novas normas de segurança. O prédio foi construído em uma época outra, com outras normas de segurança e atendia a todos. O que mudaram foram as leis. Hoje nós simplesmente não entendemos porque foi feito essa interdição. Não há nenhuma ocorrência de que houve situação de risco de incêndio. O que acontece é que o prédio é muito grande, as proporções são gigantescas e tudo tem um tempo de maturação”.
Comerciantes desocupam galeria comercial interditada em Palmas — Foto: Evandro Mendes/TV Anhanguera
Fonte: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/07/09/comerciantes-de-galeria-interditada-pensam-em-alternativas-para-evitar-prejuizos.ghtml