Justiça decide que marido denunciado por matar professora deve dividir bens com mãe da vítima
A Justiça decidiu que a mãe da professora Danielle Christina Lustosa Grohs, assassinada em dezembro de 2017, e o ex-marido de dela, o médico Álvaro Ferreira da Silva, devem dividir os bens que eram do casal. Danielle e Álvaro estavam em processo de separação quando o crime ocorreu e o Ministério Público e a Polícia Civil acusam o médico do homicídio.
A determinação do juiz Adriano Gomes de Melo Oliveira foi após a mãe de Danielle, Simara Lustosa, manifestar na Justiça o interesse em concluir o processo de divórcio da filha. Na lista de bens que serão divididos estão: um apartamento e dois lotes em Palmas; quatro carros, três motocicletas e até uma lancha. A divisão deverá ser feita meio a meio.
Médico Álvaro Ferreira durante depoimento em Palmas — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
A decisão é de junho deste ano e não tem influência no processo sobre o assassinato. No fim de 2018 foram realizadas as primeiras audiências sobre o morte de Danielle, com Álvaro Ferreira no banco dos réus, mas ainda não há definição sobre se ele irá ou não à Júri Popular. O caso está em segredo de Justiça.
Álvaro aguarda o julgamento em liberdade, trabalhando normalmente em hospitais de Palmas.
A sentença sobre a partilha dos bens é de primeira instância e houve apresentação de recursos por parte do Ministério Público e de Álvaro Ferreira.
Danielle Christina Lustosa foi estrangulada em Palmas — Foto: Arquivo Pessoal
O caso
O corpo da professora foi encontrado no dia 18 de dezembro de 2017. O médico Álvaro Ferreira é o principal suspeito do crime porque havia sido preso dois dias antes, quando invadiu a casa e tentou esganar a ex-mulher. Mesmo assim, foi solto um dia depois, após audiência de custódia. O Ministério Público chegou a pedir a prisão preventiva dele, mas o pedido foi negado pelo juiz, que determinou a liberdade sem pagamento de fiança.
De acordo com o advogado de Danielle, Edson Monteiro de Oliveira Neto, o ex-marido já havia ameaçado matá-la outras vezes. O advogado informou que chamou a polícia após não conseguir contato com ela durante todo o dia.
O corpo de Danielle foi localizado de bruços na cama. O registro da ocorrência feito pela Polícia Civil aponta que foram encontrados hematomas no pescoço da professora e havia odor característico de urina no short que a vítima vestia. A perícia confirmou que ela foi estrangulada.
A fuga
O médico ficou quase um mês foragido após o crime. Ele foi preso no dia 11 de janeiro em Goiás e levado para a Casa de Prisão Provisória de Palmas no dia seguinte. Ele foi localizado após postar uma selfie em uma igreja nas redes sociais. Enquanto esteve foragido, ele deu entrevistas por telefone e mandou mensagens para a mãe da vítima.
A polícia identificou que ele fugiu primeiro para Salvador, pegou um barco para Morro de São Paulo, viajou para Campinas (SP) e acabou em Goiás.
O médico foi preso enquanto estava no cinema de um shopping em Anápolis. A prisão foi realizada por uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), comandada pelo delegado Pedro Ivo Costa Miranda em parceira com as Polícias Civis de Goiás e São Paulo.
Após ser capturado e preso, o médico ficou menos de dois meses na cadeia. Ele conseguiu o direito a prisão domiciliar após alegar que não poderia ficar preso por problemas de saúde. Depois disso, ele voltou a trabalhar na rede pública.
Fonte: g1 tocantins