A honestidade do homem que vendeu por R$ 2,5 mil terreno que valeria milhões anos depois
O senhor José Magdal Ribeiro, 69 anos, é um cidadão que faz de tudo para honrar os compromissos e cumprir fielmente com sua palavra, que vale tanto quanto um documento assinado.
Ele é morador da pequena e carente cidade de São Félix do Tocantins, na região do Jalapão, que fica a 270 quilômetros de Palmas, dos quais 147 são de estrada de chão, o que torna o trajeto sofrido e comprido, uma média de 5 horas de viagem.
Um negócio feito por ele há mais de cinco anos foi destaque durante a 4ª edição do Mutirão da Cidadania e Justiça, da Comarca de Novo Acordo, realizado durante os dias 26 e 28 de agosto.
Tudo começou ainda em 2013, quando, num contrato de compra e venda, o senhor José Magdal Ribeiro vendeu, por apenas R$ 2,5 mil, 1 alqueire de terra para Gercimar da Silva Xavier.
A área está localizada dentro de um terreno bem maior, que pertencia à sogra de seu Magdal, Marcelina Sousa Cunha, falecida ainda em 2007.
Ao tentar fazer seu inventário para concretizar o negócio, que envolvia também 5 alqueires de seu cunhado, descobriu que no registro do imóvel dona Marcelina trazia um sobrenome diferente, Marcelina Souza Neres, como assim constava no título de eleitor dela.
Entre 2013 e 2019, muita coisa mudou. O comprador da terra, Gercimar, descobriu um fervedouro justamente na área vendida por Magdal, o Jalapão também ganhou fama internacional e elevou em muito o valor da área, avaliada atualmente pelo próprio comprador em cerca de R$ 15 milhões (ele já até construiu uma pousada no local).
O contratempo jurídico, o novo valor milionário do imóvel, o tempo, nada mudou o foco do senhor José Magdal Ribeiro – honrar o contrato de compra e venda.
“Fiquei sabendo que nesse mutirão poderia resolver a questão e consegui. Agora é fazer o inventário e entregar a Gercimar a parte dele. Graças a Deus”, comemorou, segundo nas mãos o documento assinado pela juíza titular da comarca, Aline Bailão Iglesias.