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Marcelo, Brito e Júnior Miranda são presos pela PF, que fala em prejuízo de R$ 300 mi por “organização criminosa”

O ex-governador Marcelo Miranda (MDB) foi preso na manhã desta quinta-feira, 26, no apartamento funcional da esposa, a deputada federal Dulce Miranda (MDB), em Brasília, após nova operação da Polícia Federal (PF). A ação acontece apenas um dia depois da prisão temporária do ex-chefe de gabinete do emedebista, Elmar Batista Borges, o Cenourão (MDB). O pai do político, Brito Miranda, também foi preso preventivamente. O irmão de Marcelo, José Edmar Brito Miranda Júnior, o Júnior Miranda, foi localizado depois dos dois em Santana do Araguaia (PA), onde também foi preso. Outros 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A PF estima que a “organização criminosa” causou prejuízos de mais de R$ 300 milhões ao erário.

12º Trabalho

A mais nova operação da PF contra o clã Miranda foi batizada de “12º Trabalho”. Conforme a própria corporação, o nome é uma referência ao 12º trabalho de Hércules, figura mitológica da antiga Grécia. “O último e mais complexo desafio, que consistia em capturar Cérbero”, narra a nota. Também da mitologia grega, o Cérbero é um cão de três cabeças que guarda a entrada do mundo dos mortos.

Sofisticado esquema de corrupção constante e reiterado

Aproximadamente 70 policiais cumpriram os mandados expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas na própria Capital do Tocantins e em Tocantínia, Tupirama e Araguaína, Goiânia (GO), Santana do Araguaia (PA), Sapucaia (PA) e São Félix do Xingu (PA). Conforme a PF, o objetivo é desarticular organização criminosa suspeita de manter um “sofisticado esquema” para a prática “constante e reiterada” de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais, sempre com o objetivo de acumular riquezas em detrimento aos cofres públicos.

Aparelhamento do Estado

Na nota enviada à imprensa, a PF cita que após uma série de operações – sendo citadas a Reis do Gado, Marcapasso, Pontes de Papel, Convergência e até a  Lava-Jato – foi constatado que Marcelo, Brito e José Edmar, com poderes suficientes, fizeram o aparelhamento do Estado, mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos para a atuação da organização criminosa. Conforme a corporação, a operação busca interromper a continuidade do crime de lavagem de dinheiro, porque, mesmo depois das investigações tornarem-se públicas, o grupo teria prosseguido realizando operações simuladas para ocultar ou dissimular a natureza origem dos ilícitos.

Manipulação, falsificação e compra de depoimentos

Ainda conforme a PF, os investigados estariam agindo no curso do processo, por meio da manipulação de provas, seja pela falsificação de documentos ou comprando depoimentos, com o claro objetivo de tumultuar e dificultar as investigações em andamento.

A Coluna do CT trará detalhes da decisão da Justiça Federal ainda na manhã desta quinta-feira.

Fonte: Coluna do CT