Aterro da ponte FHC apresenta grandes erosões e especialista alerta para riscos: ‘Aumentando cada vez mais’
Um vídeo feito no lago de Palmas mostra que grandes erosões estão se formando no aterro da Fernando Henrique Cardoso, que liga a capital à BR-153, em Paraíso do Tocantins. Um engenheiro especialista em pontes foi convidado pela TV Anhanguera para analisar o local e afirmou que falta manutenção no local e isso pode compromete a estrutura futuramente.
De acordo com o engenheiro especialista em patologias estruturais, Daniel Iglesias, o problema da erosão é causado principalmente pelas ondas que colidem com o aterro a todo o momento. O vento e o aumento da água no período chuvoso também ajudam a aumentar o dano no aterro.
“Os engenheiros mais antigos no estado afirmam que o projeto original não contemplava essa proteção contra ondas. Foi feito um projeto, de certa forma adaptado, que é o que a gente tem até hoje instalado na ponte”, explicou.
Com aproximadamente oito quilômetros de extensão a ponte FHC, ou Ponte da Amizade e da Integração, foi construída entre 1998 e 2002. O local é um dos principais pontos turísticos da capital e serve de travessia para milhares de veículos todos os dias.
O engenheiro fez uma avaliação das patologias do aterro em 2016. Naquela época ele verificou fissuras e erosões no solo. “Na época, nós listamos tudo que o corria e a nossa previsão infelizmente aconteceu. Está aumentando cada vez mais a intensidade da patologia, os problemas vêm se agravando e infelizmente a falta de manutenção é o fator principal do que tem aparecido.”
“A importância é o alerta. Hoje é totalmente possível a utilização da ponte sem nenhum risco iminente. É um problema que vai se agravando. Até quando a gente vai esperar? Vai esperar virar uma catástrofe para fazer uma intervenção?”
Além dos problemas no aterro, segundo o engenheiro, a própria ponte também tem problemas independentes. Principalmente nos pilares, que apresentam falhas no concreto, armadura exposta e fissuras.
“Cabe salientar que tem uma convergência nisso porque tem um lugar que a ponte se apoia no aterro. Esse local de encontro, onde existe um sistema de contenção do aterro chamado gabiões, também possui malhas vazadas, problemas de falta das rochas, infiltração de água, passagem de sólidos. Ou seja, precisa de manutenção também.”
Erosões no aterro da ponte FHC no lago de Palmas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) informou que uma equipe de engenharia realizou uma vistoria na Ponte Fernando Henrique Cardoso e não constatou riscos à estrutura.
Também afirmou que foi verificado um dano na estrutura do aterro denominado de ‘Cochão Reno’ e providenciando os reparos nessa composição, assim como em alguns dispositivos de drenagem (queda d’água) que estão danificados.
“A Ponte Fernando Henrique Cardoso recebe manutenção frequente conforme programação da Residência Rodoviária de Paraíso, unidade descentralizada responsável pela via”, afirma o governo.
Alerta
Apesar disso, o especialista alerta que se essa manutenção não acontecer com urgência o problema pode se agravar ainda mais e prejudicar o aterro.
“É algo que vai acontecendo devagar, sem manutenção que vai se agravando. Pode ser que daqui alguns anos, caso não tenha manutenção imediata, pode ser que estejamos com balsa passando e a ponte interditada como acontece na ponte de Porto Nacional”, alertou.
Fonte: G1 Tocantins