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Superintendente da Ageto suspeito de desvios soube de investigação dois meses antes de ser preso

O ex-superintendente de Operação e Conservação Rodoviária da Agência Tocantinense de Obras, Geraldo Pereira da Silva Filho, soube com cerca de dois meses de antecedência que era alvo de investigação da Polícia Civil. A informação consta no inquérito da Operação Via Avaritia, que teve o sigilo derrubado pela Justiça. Pereira é investigado por supostas fraudes em contratos que somam quase R$ 30 milhões e chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade.

No documento, há cópias de mensagens enviadas a Geraldo Pereira por Adelmo Vendramini Campos, outro superintendente da Ageto. O texto é do dia 6 de maio e originalmente foi encaminhado a Vendramini por uma terceira pessoa ainda não identificada. A mensagem fala de uma denúncia “no nascedouro” contra Pereira e questiona se teria como resolver o problema. O então superintentendente só seria preso junto com a filha no dia 4 de julho, cerca de dois meses após a mensagem, em Minas Gerais.

No inquérito, os investigadores afirmam que ainda não é possível saber de quem Adelmo Vendramini recebeu a informação sobre a operação.

Geraldo Pereira era superintende da Ageto na época da operação — Foto: Reprodução/TV AnhangueraGeraldo Pereira era superintende da Ageto na época da operação — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Geraldo Pereira era superintende da Ageto na época da operação — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A polícia anexou o trecho para demonstrar que o ex-superintendente pode ter tentado destruir provas, já que nos dias seguintes ao alerta de Vendramini, o ex-superintendente teria sido visto por agentes descartando documentos em envelopes.

Antes da conversa entre os dois funcionários da Ageto, a polícia encontrou também um diálogo que seria com uma mulher identificada como funcionária de uma das empresas que venciam as licitação da Agência. Ela fala em apagar mensagens do próprio celular e pergunta se não seria melhor “limpar o escritório pela madrugada”. Este trecho seria do dia 8 de abril. Para a polícia, Geraldo era o verdadeiro dono do escritório onde a mulher trabalhava.

Todos os trechos de conversa foram recuperados de aparelhos celulares apreendidos com o ex-superintendente na época da primeira fase da operação.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada para informar como está a apuração sobre o vazamento da investigação e ainda não se manifestou. O advogado de Geraldo Pereira da Silva Filho também ainda não enviou resposta sobre o caso. O G1 não conseguiu localizar a defesa de Adelmo Vendramini Campos.

O ex-superintendente foi afastado do cargo no dia 18 de julho e responde ao processo em liberdade.

Fonte: G1 Tocantins