‘É triste de ver’, diz irmã de mulher que teve os dois braços quebrados e aguarda cirurgia no HGP
Pacientes que estão internados no Hospital Geral de Palmas (HGP), maior unidade pública do Tocantins, estão reclamando da demora para conseguir realizar cirurgias. Uma idosa cadeirante e com o braço quebrado teve a operação adiada por falta de materiais. Por causa da dificuldade, muitas pessoas precisam procurar a Justiça para garantir o direito. (Veja o vídeo)
Maria Raimunda deu entrada na unidade há quase um mês. Ela teve os dois braços quebrados após cair em casa, mas só um um dos membros foi operado. A irmã da paciente, Maria Rosa Ferreira, diz que também sofre com o problema. “Eu vejo ela em cima daquela cama sofrendo e para mim é triste de ver. Sem a gente poder fazer nada. A gente quer uma ajuda”, disse chorando.
A mãe de Josiana também está na fila para fazer o procedimento. A idosa é cadeirante e está com o braço quebrado. Segundo a filha, funcionários da unidade disseram que o hospital não tem um material necessário para fazer a operação. “A única coisa que me falaram foi que precisava dessa placa bloqueadora que não tem no hospital. Me deram um prazo de quatro meses”, disse a dona de casa Josiana Mascarenhas.
Mesmo quem deu entrada na unidade há pouco tempo se preocupa. É que os prazos dados são longos ou nem existem. Maria está preocupada com a filha que está internada na unidade. “Falaram para mim que ela não tem data para fazer cirurgia. Pode ser no fim do mês. Quanto tempo vai esperar? Só Deus sabe”, falou a diarista Maria Arruda inconformada.
A demora não é só em caso de cirurgias ortopédicas. Depois de ser internada duas vezes para operar a vesícula e não conseguir fazer o procedimento, Leondina da Silva resolveu procurar o Ministério Público e denunciar a situação. “Para ver se eu consigo essa cirurgia mais rápido e também para que eles ofereçam um atendimento digno para as pessoas. Eu creio que não sou a primeira que está passando por isso”, reclamou a dona de casa.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde do Tocantins informou que os procedimentos eletivos obedecem a critérios de avaliação médica e que são realizadas regularmente.
Sobre as placas de bloqueio, a Secretaria informou que recentemente foi realizada uma compra emergencial que atendeu a demanda. A nota diz ainda que um contrato foi firmado com uma empresa especializada para que um novo material seja entregue na próxima semana.
Mulher que teve os dois braços quebrados só operou um membro — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Fonte: G1 Tocantins