Sintet critica proposta de escola público-privada em Araguaína: “retrocesso, coisa pra inglês ver”
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Tocantins (Sintet) se posicionou contrário ao modelo de escola público-privado que deve ser implantado em Araguaína, conforme anunciado pelo prefeito Ronaldo Dimas (Podemos) após visita a Porto Alegre (RS), onde conheceu a proposta.
Para o Sintet, a medida representa o “início da privatização nas escolas públicas municipais”. Segundo o sindicato, o projeto-piloto anunciado pela gestão se refere às Escolas Charter, modelo de origem norte-americana. “Nada mais é do que a privatização escancarada da educação pública”, criticou.
O modelo permite que escolas públicas sejam gerenciadas com gestão privada. Isso significa que a prefeitura passará os recursos públicos para uma entidade fazer a gestão pedagógica e financeira da escola.
“É coisa pra inglês ver”, disparou o Sintet. “A privatização da educação pública é inadmissível, trata-se de um retrocesso avassalador, que afetará principalmente os trabalhadores da educação, além de propagar a segregação de alunos”, acrescentou.
QUESTIONAMENTOS
O Sindicato fez vários questionamentos: “qual seria o verdadeiro motivo da privatização das escolas públicas de Araguaína? O lavar as mãos da gestão municipal face a necessidade de se investir sistematicamente na educação? Velar os interesses empresariais dos grandes consórcios educacionais? A implantação da terceirização em detrimento da realização de concurso público?”
MODELO FRACASSADO NOS EUA
O Sintet disse que o modelo Charter de escola fracassou no seu país de origem e não traz nada de inovação.
– “A implantação do modelo, copiado de Porto Alegre/RS, nega toda a formação e capacitação dos profissionais da educação; nega a capacidade de gerir dos atuais diretores de escolas, inclusive a capacidade técnica da própria gestão. A medida ainda negligencia o trabalho de anos de estudos das equipes que elaboraram os planos nacionais (PNE), estaduais (PEE) e municipais (PME) de educação”.
– “A classe trabalhadora, a maior usufrutuária da educação pública, com certeza será a grande prejudicada. A educação pública é responsabilidade do poder público, com gestão pública”.