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Bovespa desaba mais de 15% e suspende negócios pela 2ª vez no dia

bolsa de valores brasileira, a B3, enfrenta mais um dia de forte turbulência nesta quinta-feira (12), e paralisou as negociações pela segunda na mesma sessão, o que não acontecia desde a crise de 2008. acompanhando os mercados financeiros globais em razão dos últimos desdobramentos ligados à pandemia do novo coronavírus.

Às 11h12, o Ibovespa caía 15,43%, a 72.026 pontos, quando foi acionado o 2º “circuit breaker” do dia – sistema que interrompe os negócios automaticamente quando a queda supera 15%. Agora, a suspensão será de 1 hora. Veja mais cotações.

Às 10h22, quando o Ibovespa caía 11,65%, os negócios foram paralisados por meia hora.

É a 4ª vez na história da B3 que os negócios são paralisados pela 2ª vez na mesma sessão. A última paralisação de 1 hora por queda de mais de 15% tinha ocorrido em 6 de outubro de 2008. Foi também a 4ª suspensão das negociações numa mesma semana – e a primeira vez que isso aconteceu.

Entre as principais baixas desta quinta, Petrobras tinha queda de mais de 20%.

O dólar, por sua vez, chegou a passar de R$ 5 na abertura, mas a disparada perdeu força após uma atuação mais forte do Banco Central com leilões de dólares em moeda à vista.

Circuit breaker — Foto: Arte/G1Circuit breaker — Foto: Arte/G1

Circuit breaker — Foto: Arte/G1

Impactos do coronavírus

O catalisador para o tombo desta quinta é a decisão do presidente norte-americano Donald Trump, anunciada na noite de quarta, de proibir viagens da Europa para os Estados Unidos por 30 dias.

A medida de Trump assusta os mercados, que seguem de olho nos impactos do coronavírus na atividade econômica mundial. Também na terça, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o surto como uma pandemia – logo depois, a bolsa brasileira caiu mais de 10%, e teve seus negócios paralisados. O Ibovespa encerrou a terça em baixa de 7,64%, 85.171 pontos.

Trump anunciou outras medidas para sustentar as empresas norte-americanas e promover o crescimento, mas os investidores não se mostraram convencidos de que a economia global pode se recuperar rapidamente conforme crescem as preocupações de que o número de infecções pode aumentar rapidamente em todo o mundo.

“Os mercados globais continuam operando de forma irracional, muitas vezes com pânico e com extrema volatilidade a cada dia e a cada noticiário”, destacou a equipe do BTG Pactual, em nota da área de gestão do banco. “No momento não há como termos parâmetros de fundamentos.”

Cenário doméstico

Pesa também no mercado de câmbio nesta quinta a derrota sofrida pelo governo no final da tarde de quarta-feira, após o Congresso Nacional derrubar o veto presidencial a projeto que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), com impacto estimado em cerca de R$ 20 bilhões já no primeiro ano.

Em razão do impacto orçamentário da medida, o mercado enfrenta agora outro vetor de risco, do lado fiscal brasileiro, o que aumenta as incertezas sobre as relações entre Executivo e Legislativo, e sobre o ritmo de recuperação da economia brasileira.

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: Economia/G1Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: Economia/G1

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: Economia/G1

Fonte: G1 – Economia