Tocantins vai devolver pacientes do Pará: ‘já estamos sobrecarregados’, diz prefeito Dimas
Pacientes de outros estados, principalmente do Pará, estão ocupando a maioria dos leitos hospitalares na rede pública de saúde de Araguaína e a situação está preocupando os gestores, pois a cidade é referência para toda a região norte do Tocantins.
“Estamos preparados para atender a nossa região de saúde, com cerca de 670 mil pessoas. Mas 70% dos leitos estão ocupados por pessoas de fora. Alguns pacientes são aceitáveis, como os caminhoneiros”, disse o prefeito Ronaldo Dimas (Podemos) após fazer contato com o secretário de Estado da Saúde, Edgar Tollini, para discutir o problema e cobrar uma solução.
“Hoje recebemos mais dois paraenses, que deveriam ter sido encaminhados para Marabá ou Belém. Até gostaríamos de atendê-los por uma questão humanitária, mas não conseguimos. Ficaremos sobrecarregados”, justificou o prefeito.
Para não comprometer o atendimento à população tocantinense, o secretário da Saúde disse ao prefeito que esses pacientes serão transferidos para hospitais de referência em seus respectivos estados.
“O Governo do Tocantins vai tomar a iniciativa de transferir esses pacientes para a referência deles, seja de ambulância, UTI móvel ou aérea. Vai levar para Belém, Marabá ou outra cidade. A gente não tem condição de receber a demanda do Pará nem do Maranhão”, afirmou Ronaldo Dimas.
CAPACIDADE HOSPITALAR
Atualmente, Araguaína tem 30 leitos exclusivos e preparados para atender os casos graves e moderados de coronavírus.
Mais 10 leitos devem estar preparados para atendimentos aos pacientes com covid-19, já para o dia 1º de maio no Hospital Dom Orione. A Prefeitura trabalha para alcançar a meta de 50 leitos.
O Governo do Estado também anunciou que pretende instalar um hospital de campanha com 50 leitos em Araguaína.
BOLETIM DOS CAMINHONEIROS
Caminhoneiros dos estados de São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul já foram diagnosticados com a covid-19 em Araguaína. Além desses, um caminhoneiro de 58 anos, de Santa Catarina, foi transferido de Guaraí para o Hospital Regional de Araguaína (HRA), onde está internado na UTI.
Já o caminhoneiro Antoninho Muller, 56 anos, não resistiu à doença e morreu no HRA na noite de sábado (25), após ter sido transferido do Hospital Municipal de Tocantinópolis, com estado clínico gravíssimo. Ele morava em Dourados (MS), onde o óbito foi notificado.
Fonte: AF Noticias