Protestos nos EUA entram na 7ª noite; cidades registram confrontos após toque de recolher
Os Estados Unidos voltaram a registrar confrontos nesta segunda-feira (1º), sétimo dia de protestos contra o racismo. As maiores cidades do país decretaram toque de recolher para tentar conter o tumulto após noites de violência.
As manifestações desta segunda ocorrem uma semana após a morte de George Floyd, um ex-segurança negro morto em Minneapolis após um policial ajoelhar sobre seu pescoço durante abordagem (leia mais no fim da reportagem).
Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente Donald Trump reforçou o pedido para que governadores e prefeitos contivessem a violência. Caso contrário, disse ele, as Forças Armadas podem ser convocadas.
Agentes de segurança dispararam bombas de gás lacrimogêneo para afastar manifestantes das imediações da Casa Branca, em Washington, nesta segunda-feira (1º) — Foto: Evan Vucci/AP
Veja abaixo resumo sobre os protestos desta segunda-feira (1º)
- Enquanto Trump discursava, forças de segurança entraram em confronto com manifestantes em frente à Casa Branca, em Washington. O tumulto continuou momentos depois de o toque de recolher entrar em vigor na capital, às 20h (de Brasília), mas a situação se acalmou, depois. Houve prisões.
- Nova York terá pela primeira vez toque de recolher desde o início dos protestos, a partir da 0h (de Brasília). Após uma manifestação tranquila à tarde, vândalos saquearam comércios em Manhattan.
- Em Filadélfia, outra grande cidade que vem registrando protestos, houve novas cenas de violência. Policiais usaram armas não letais contra um grupo que ocupou uma rodovia interestadual depois do toque de recolher.
Tensão em Washington
Presidente Donald Trump passa ao lado de muro pichado em Washington, nos EUA, ao seguir para igreja nesta segunda-feira (1º) — Foto: Tom Brenner/Reuters
Na capital Washington, policiais lançam bombas de gás lacrimogêneo em um grupo que estava próximo da Casa Branca, onde o presidente fazia pronunciamento. A manifestação começou tranquila, com poucos incidentes, mas os confrontos começaram momentos antes de Trump iniciar o discurso, por volta das 19h30 (de Brasília).
Após o tumulto, os manifestantes se dispersaram. Houve prisões. Policiais e militares fecharam parcialmente as ruas e avenidas ao redor da Casa Branca para impedir novos protestos no local.
Para tentar conter a tensão na sede do poder norte-americano, o governo pediu o envio da Guarda Nacional a Washington com um destacamento de 600 a 800 pessoas de cinco estados diferentes dos EUA.
Laudos apontam morte por asfixia
George Floyd estava sub custódia policial quando foi morto por agente branco — Foto: AFP/Facebook / Darnella Frazier
Nesta segunda-feira, dois novos laudos de autópsias declararam que a morte de Floyd foi homicídio por asfixia, causada pela pressão do joelho do policial Derek Chauvin sobre seu pescoço.
Ambas conflitam com a autópsia inicial, apresentada pela cidade de Minneapolis, que dizia que não havia “nenhum achado físico que suporte o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.
Chauvin foi detido e acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar) e assassinato em terceiro grau (quando é considerado que o responsável pela morte atuou de forma irresponsável ou imprudente).
Terence Floyd, irmão de George Floyd, participa de homenagem ao irmão nesta segunda (1º) no local em Minneapolis onde o ex-segurança foi detido — Foto: Lucas Jackson/Reuters
Também nesta segunda-feira, o irmão de George Floyd, Terence, pediu paz durante uma homenagem ao irmão. “Não parem de protestar, mas levantem um símbolo da paz”, disse, durante um ato no local onde a detenção aconteceu.
Fonte: G1 Mundo