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‘Em Nome de Deus’, série do Globoplay, mostra os bastidores da queda de ‘João de Deus’

Por muito tempo, essas mulheres se calaram. Viveram a dor de terem sido abusadas sexualmente por um homem que se dizia divino. Mas, agora, elas resolveram quebrar o silêncio para a série documental ‘Em Nome de Deus’, uma produção Globoplay que estreia nesta terça. Os seis episódios vão mostrar os bastidores da investigação jornalística que começou no programa ‘Conversa Com Bial’ e levou à condenação de João Teixeira de Faria – o João de Deus. Ele sempre negou todas as acusações e hoje está preso em casa, por causa da pandemia de Covid-19.

À meia-noite de uma sexta-feira, 7 de dezembro de 2018, começou a ruir um mito brasileiro: o mito de João Teixeira de Faria, autointitulado ”João de Deus”. O depoimento da holandesa Zahira no programa ‘Conversa com Bial’ fez centenas de mulheres revelarem traumas que tinham passado anos escondidos.

Um dos destaques da série documental ‘Em Nome de Deus’ é uma roda de sete mulheres abusadas pelo curandeiro de Abadiânia (GO). São seis episódios. O primeiro será exibido nesta terça, dia 23, pela Globo, no sessão Pré-Estreia Globoplay. Logo em seguida, a série completa estará disponível no Globoplay. A direção é de Monica Almeida, Ricardo Calil e Giancarlo Bellotti.

João Teixeira de Faria foi condenado a 63 anos de cadeia. Uma das condenações é baseada nem uma denúncia que nunca tinha sido noticiada: a da atriz Deborah Kalume, ex-mulher do cineasta Fábio Barreto. Ele entrou em coma profundo em 2009, após sofrer um acidente de carro.

“Fui lá em 2012, dois anos e meio depois do acidente. Eu fui com pai dele, Barretão. E acho que foi assim, talvez a última alternativa de milagre que eu quis, acreditei. Ele perguntou se eu tava de sutiã. Falei que sim. Ele falou, “pode tirar?” Quando fui desabotoar o sutiã, me deu uma sensação ruim. Mas ao mesmo tempo me culpei. Você tá louca? Você tá… é uma espécie até de culpa de você pensar algo de errado daquele homem. Em algum momento ele botou a mão em cima da calça, do pênis dele, eu congelei. Fechei o olho. Ele mandava abrir o olho. Eu não consegui fazer nenhum movimento. Ele falou que eu tava atrapalhando essa cura porque eu não tava confiando nele. Então, eu tava atrapalhando. Que era pra eu relaxar. Aí ele… me colocou em pé. Começou a apertar o bico do meu seio. Veio por trás de mim. Começou a se esfregar. Ele fazia tudo isso rezando Ave Maria”, relata.

Depois dez anos em coma, Fábio Barreto morreu em novembro do ano passado. Deborah só reuniu forças pra falar na série que estreia nesta terça, no Globoplay.

Ouça o podcast em que a jornalista Camila Appel conta os detalhes da apuração que levou às denúncias:

Fonte: G1 Fantástico