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Carlesse nega pedido de Dimas, mas cede 10 respiradores; ‘não é o suficiente’, retruca prefeito

O governador Mauro Carlesse não atendeu à solicitação do prefeito Ronaldo Dimas para que fossem disponibilizados os equipamentos dos 7 leitos de UTI Covid que estão ociosos no Hospital Regional de Araguaína (HRA) por falta de profissionais para operacionalizá-los.

No ofício enviado ao governador, Dimas afirmou que conseguiria montar os leitos de UTI no Hospital Municipal de Campanha (HMC) e colocá-los em funcionamento no prazo de apenas 3 dias.

SECRETÁRIO EXPLICA

O secretário de Estado da Comunicação, Élcio Mendes, explicou que os 7 leitos de UTI, cujos equipamentos foram solicitados pelo prefeito, já estão montados no Hospital Regional e habilitados junto ao Ministério da Saúde. Se fossem desmontados, a unidade perderia essa habilitação. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) já está regularizando a escala dos médicos para colocá-los em funcionamento.

“Mudar esses leitos de lugar não resolve o problema. O Hospital Municipal de Campanha possui uma estrutura provisória e se o paciente precisar de hemodiálise, por exemplo, precisa ser levado para o Hospital Regional. O Estado já contratou 10 leitos no Instituto Sinai para reforçar o atendimento em Araguaína e região norte”, explicou o secretário Élcio Mendes.

CESSÃO DE RESPIRADORES PULMONARES

Apesar de negar a solicitação, o Governo do Estado informou que vai ceder ao Município de Araguaína 10 respiradores pulmonares, equipamento essencial para o tratamento de pacientes graves de Covid-19.

É INSUFICIENTE, DIZ PREFEITO

Contudo, o prefeito disse que isso é insuficiente. “Não é o suficiente, precisamos da estrutura toda, com bombas de infusão, monitores e outros equipamentos. Mas estamos fazendo o levantamento para saber o que falta para colocar para funcionar esses equipamentos”, ressaltou Dimas.

CONVOCAÇÃO DE MÉDICOS SEM EXPERIÊNCIA NA UTI

Para colocar em funcionamento os 7 leitos ociosos do HRA, o Governo do Estado convocou mais de 150 profissionais médicos que já fazem parte do quadro de pessoal da unidade. Porém, são médicos de especialidades diversas que não atuam em UTI e nem conhecem o protocolo de tratamento da Covid-19, que inclui processos complexos como a intubação de pacientes e uso de droga vasoativa.

Um médico intensivista que atua na UTI Covid do HRA acredita que a medida foi um ‘tiro no pé’. “Os próprios colegas reconhecem que são inaptos para atuarem na UTI”, disse ao AF Notícias.

BAIXA REMUNERAÇÃO

A falta de médicos no Regional de Araguaína está diretamente ligada à baixa remuneração paga pelo Estado, onde um profissional recebe cerca de R$ 650 por plantão de 12 horas na UTI. Já na rede privada e municipal, esse valor salta, em média, para R$ 1.000 por 6 horas de trabalho.

LIMITAÇÕES DO SERVIÇO PÚBLICO

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que o serviço público possui limitações para tetos salariais, não podendo equiparar os rendimentos com o das instituições privadas.

Diante disso, o Governo está buscando soluções para a manutenção dos profissionais de saúde nas unidades públicas. Recentemente foi instituída a Indenização Extraordinária de Combate a Covid-19, gratificação extra para os profissionais que trabalham em diversos setores das unidades hospitalares para os atendimentos em pacientes exclusivamente Covid-19.

Fonte: AF Noticias