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Denúncia aponta precariedade no Samu; ambulâncias estariam há mais de três meses sem manutenção

Tony Veras/Portal O Norte

Um serviço essencial para atender a população Araguainense pede socorro. Essa é a informação que foi repassada à redação do Portal O Norte através de uma denúncia que aponta a precariedade no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Araguaína.

De acordo com os fatos relatados pelo denunciante e que acompanharemos à seguir, o Samu tem passado por diversas dificuldades em virtude da falta de manutenção das unidades móveis. Em consequência disso, quem mais perde é o cidadão, que precisa ser atendido com urgência, muitas vezes entre a vida e a morte.

Viaturas da UPA
Um dos primeiros assuntos levantados em entrevista à nossa reportagem, diz respeito ao abastecimento com verbas do Samu, de duas ambulâncias do Pró-Saúde disponibilizadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Como podem elas não fazerem parte da frota e serem abastecidas diariamente com verbas do Samu? Isso equivale a uma média de R$ 80 reais por dia, um gasto mensal de aproximadamente R$ 2.240,00 reais”, questiona o denunciante acrescentando: “Esse valor faria muita diferença na manutenção das unidades que necessitam atender diariamente a população de Araguaína e região”.



Falta de manutenção
Num trânsito que já pode ser considerado caótico em Araguaína, sirene e giroflex (lâmpada de emergência), precisam estar em pleno funcionamento nos veículos do Samu que lutam contra o tempo muitas vezes para salvar vidas. E o que fazer quando o problema vai além e põe em risco a vida dos próprios socorristas?

Foi o que aconteceu no último dia 12 de fevereiro, quando o Samu se deslocou para atender a uma ocorrência. Os pneus carecas da ambulância provocou um acidente na Avenida Santos Dumont, próximo à rodoviária. Felizmente ninguém se feriu.

Um comunicado interno divulgado pela chefia do Samu, reflete a veracidade dos problemas apontados pelo denunciante e alerta os motoristas das unidades para terem precaução ao conduzir os veículos. “A situação está tão complicada que pra se ter uma ideia, o tempo resposta de uma ocorrência que levaria quatro minutos para ser atendida está demorando de 12 a 15 minutos pra chegar ao local”, afirma.

Esbarrando na burocracia
Para o cidadão que denunciou a situação, a necessidade de reparos nas ambulâncias sempre tem esbarrado na burocracia, já que os pedidos de pneus e peças para manutenção dos veículos que são encaminhados pelo diretor do Samu, Luiz Adriano Araújo, à Secretaria Municipal de Saúde, não estariam sendo atendidos: “A justificativa dada pelo subsecretário Carlos Zandonar, seria a falta de verbas para atender as solicitações”.

Enquanto isso…
O Samu em Araguaína dispõe hoje de cinco viaturas, porém, apenas três estão em pleno funcionamento, duas básicas e uma avançada. Segundo o denunciante, um dos veículos está parado há pelo menos 15 dias no pátio da unidade, por falta de freios. A outra viatura estaria há cerca de um mês parada em uma mecânica da cidade por falta de manutenção. O denunciante ressaltou também que em sua totalidade, as ambulâncias estão a pelo menos três meses sem manutenção.

Ainda conforme nos disse o denunciante, esta segunda ambulância, não seria adequada para um atendimento efetivo e só é utilizada quando as demais estão sem manutenção: “Ela é pequena e só pode atender a uma emergência por vez”, diz contando que recentemente os socorristas precisaram atender a um capotamento na BR 153 próximo ao Bairro de Fátima onde duas vítimas necessitavam de socorro: “A vítima mais grave, foi colocada na ambulância pequena, mas os socorristas precisaram esperar a chegada de outra ambulância que atendia outra ocorrência para poder levar os dois acidentados para o hospital” e acrescenta “Se fosse um caso um pouco mais delicado, a pessoa poderia ter morrido ali mesmo por falta de um socorro eficiente em tempo hábil”, observou.

Polícia Rodoviária Federal
Ainda em entrevista, o denunciante lembrou da existência de uma viatura disponibilizada para a Polícia Rodoviária Federal que também encontra-se desativada há mais de seis meses por falta de manutenção. O conserto desta ambulância que teria sido quebrada em uma ocorrência dentro da cidade, estaria orçado em R$ 1.300,00 reais.

Finalizando a entrevista, o denunciante faz uma reflexão sobre a situação precária do Samu: “Se o poder público não se dedica na atuação efetiva de um serviço tão essencial como este, o que será da população que fica à mercê da burocracia? Acredito que é importante lembrar que o Samu pode a qualquer momento socorrer qualquer cidadão, seja ele pobre ou rico e nessas horas a fatalidade não faz distinção, o que conta é o aparato e profissionais como os socorristas do Samu que podem fazer a diferença entre a vida e a morte de alguém”.

O Portal O Norte vai entrar em contato com o Secretaria Municipal de Saúde, para maiores esclarecimentos sobre essa situação.

(PortalOnorte)