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Paciente morre sem acesso à UTI Covid por falta de ambulância para transferência de hospital

Um morador de Augustinópolis, norte do estado, morreu aos 56 anos vítima de Covid-19 sem conseguir acesso a um leito de UTI por falta de ambulância para fazer sua transferência do Hospital Municipal de Araguatins para uma unidade de saúde em Araguaína, onde a vaga de UTI já estava reservada.

A Defensoria Pública do Estado (DPE-TO) chegou a acionar a Justiça na manhã dessa sexta-feira (21), a fim de conseguir uma ambulância com UTI Móvel, mas o paciente estava em estado grave e não resistiu à demora do socorro.

A luta pela ambulândia móvel começou ainda na quinta-feira, dia 20, por volta do meio-dia, mas o transporte só foi autorizado às 19 horas. Mesmo assim, a UTI móvel não se deslocou até Araguatins para fazer a transferência do paciente. Ele faleceu na manhã do dia seguinte.

Apesar de ser morador de Augustinópolis, o paciente também não conseguiu acesso à UTI no Hospital Regional da cidade, segundo a Defensoria.

“Mesmo após inúmeros diálogos com a Secretaria Estadual da Saúde, o sistema de transporte de pacientes em estado grave continua burocratizado e ineficiente”, lamentou o defensor público Sandro Ferreira, ao acrescentar que os leitos entregues recentemente pelo Governo em Augustinópolis não estão funcionando plenamente, o que desencadeou a necessidade de transferência do paciente para Araguaína.

A Defensoria Pública requereu à Justiça a abertura de vista ao Ministério Público do Estado (MPTO) para que promova as devidas apurações criminais e administrativas, caso entenda cabível.

OUTRAS MORTES 

Outros pacientes já morreram sem a devida assistência. No dia 7 de agosto, a tocantinense Rosimeyre Ferreira, de apenas 37 anos, faleceu à espera de um leito de UTI. Ela estava internada no Hospital Regional de Porto Nacional e, pouco antes de falecer, enviou um áudio para sua irmã e chegou a implorar para ser entubada.

“Meyre, por favor, me tira daqui. Não tô aguentando mais, Meyre, por favor, por favor. Tudo que você tá me falando de manter a calma, eu tô no meu limite. Não dou conta mais. Se um médico perguntar pra mim se eu quero entubar, eu quero. Eu não aguento mais, eu não aguento. Por favor”, clamou a paciente antes de morrer. Rosimeyre era formada em geografia pela UFT.

Em 11 de agosto, a moradora de Palmas Edilma da Silva Goulart, de 49 anos, também faleceu sem conseguir um leito de UTI. Ela ficou dias internada na Unidade de Pronto Atendimento da região sul da capital e apresentava quadro grave da doença, com pneumonia, diabetes e hipertensão.

O Ministério Público até conseguiu uma liminar determinando a transferência dela para um leito de UTI, mas já era tarde.

Fonte: AF Noticias