Araguaína registra índice de radiação solar extremo; com umidade abaixo da ideal, especialistas alertam para cuidados
Setembro é considerado pelos tocantinenses um dos meses mais quentes do ano. E não é atoa. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a temperatura do estado durante este período fica de fato mais elevada, chegando a ultrapassar em muitas regiões os 40 graus. Mas além do calor, outro fator climático complica a vida das nessa época: a baixa umidade relativa do ar.
De acordo com o Inpe, a umidade relativa do ar em Araguaína nesta quarta-feira, 19, está abaixo dos 60% tido pela Organização Mundial de Saúde como ideal. A OMS considera que de 30 a 60%, o nível de umidade é tido como aceitável. Abaixo de 30% e acima de 20% representa estado de atenção. Abaixo de 20%, estado de alerta. Quando é reduzido para menos de 12%, entra em estado de emergência.
Cuidados A umidade do ar abaixo do nível ideal torna mais comum os problemas respiratórios. Alergias, sinusites, asmas, bronquite e outras doenças tendem a se agravar. “Tenho asma e quando chega essa época do ano, sofro bastante para respirar. O calor intenso e a sequidão complicam demais a minha vida. As vezes até desanima de sair para trabalhar, sabe? Muitos alunos meus também enfrentaram sérios problemas quando dá esse período; por isso estou sempre lembrando eles da importância de se hidratar”, contou a professora do ensino fundamental Lúcia do Vale, de 38 anos.
Por causa dos problemas decorrentes da baixa umidade, os especialistas recomendam uma série de cuidados. Eles afirmam que, diferente do que pensam muitas pessoas, receitas caseiras simples, como baldes de água e toalhas molhadas no quarto, funcionam.
Além disso, os pneumologistas apontam que durante esse período seco é importante tomar bastante líquido e evitar exposição ao sol e exercícios físicos em horários críticos, geralmente entre 11 horas e 16 horas. Outra dica interessante é pingar soro fisiológico nas narinas várias vezes ao dia.
Raios ultravioletas Além da umidade baixa, outro problema, esse menos conhecido, também faz parte da realidade dos tocantinenses nessa época do ano: o elevado índice da radiação ultravioleta. O IUV (índice ultravioleta) de Araguaína, por exemplo, é um dos maiores do país. Nesta semana, o índice de radiação ultravioleta medido pelo Inpe na cidade deve oscilar entre 12 e 13, o que é considerado “extremo”. Os dados podem ser acessados clicando aqui.
Com um índice tão alto de radiação solar, o filtro solar torna-se fundamental ou, como costumam dizer os especialistas, indispensável. “Os raios UV penetram profundamente e desencadeiam reações imediatas como as queimaduras solares, as fotoalergias (alergias desencadeadas pela luz solar) e o bronzeamento. Provocam também reações tardias, devido ao efeito acumulativo da radiação durante a vida, causando o envelhecimento cutâneo e as alterações celulares que, através de mutações genéticas, predispõem ao câncer da pele”, afirma o site especializado em dermatologia, Dermatologia.net.
Antes de escolher o protetor solar, os especialistas afirmam que é importante consultar um dermatologista. “Usando um filtro solar com FPS 15 a pele levará 15 vezes mais tempo para ficar vermelha e usando um filtro com FPS 60, levará 60 vezes mais tempo. Se o tempo para a pele ficar vermelha aumenta, significa que protege mais e melhor”, destaca o “Dermatologia.net”.
“Sempre tive preguiça de passar o protetor, mas depois de consultar um dermatologista, percebi a importância de incluir isso na minha rotina. Hoje já é um hábito”, contou a nossa equipe a estudante Marcela Feliciano da Silva, de 23 anos.
Chuvas quando?
O Inpe aafirma que somente na primeira semana de outubro deve voltar a chover em Araguaína. Daqui até lá, a previsão é de tempo seco, temperaturas altas, baixa umidade do ar e radiação solar extrema. Nuvens no céu como as da imagem (crédito: JJLeandro) só daqui um mês.
Comércio aquecido Para o comércio, o calor significa o aumento nas vendas de alguns produtos. De acordo com as empresas, durante o período seco, há um crescimento de mais de 50% na compra de ventiladores e aparelhos de refrigeração. “Ou você compra um ventilador que seja ou então morre de calor”, contou a dona de casa Fabiana de Melo, de 28 anos.