Pesquisadores do Tocantins desenvolvem xarope fitoterápico à base de erva-cidreira
A Melissa officinalis, também conhecida como erva-cidreira ou chá da França, é uma planta medicinal muito popular. Geralmente consumida na forma de chá, a planta tem sido objeto de pesquisas no curso de Farmácia da Universidade de Gurupi – UnirG. A formulação de um xarope está em processo de finalização, e novos estudos visam produzir cápsulas da erva. A intenção é que futuramente os medicamentos possam atender a comunidade local.
Desde a década de 70, a literatura científica já apresentava os efeitos da planta no Sistema Nervoso Central, especialmente na redução do estresse, ansiedade, insônia e na regulação do humor.
“Principalmente com a chegada da pandemia da Covid-19, muitas pessoas recorrem a remédios naturais como esse, pois a população está regada de medos e incertezas do que estava por vir. Isso reforça a importância dos estudos envolvendo plantas utilizadas com esse fim”, afirma a professora Jaqueline Cibene Moreira Borges. A erva também é utilizada no alivio de dores de cabeça, cólicas, e por ter propriedades carminativa (digestiva), antiviral e antibacteriana.
Em um estudo realizado na UnirG, que teve início em fevereiro de 2020, foi feito o controle de qualidade físico-químico e a formulação fitoterápica de um xarope da planta.
“O objetivo foi analisar se a planta utilizada na pesquisa estava dentro dos padrões recomendados pela Anvisa para o uso em forma de xarope”, explica a professora Miréia Bezerra, responsável pelo cultivo das plantas.
Acadêmicos do curso de Farmácia, Hermes Pinto da Costa e Fernando da Silva Barros, fizeram o processamento da matéria-prima em laboratório para a obtenção do óleo essencial, utilizado para a formulação do xarope. As amostras foram encaminhadas para a Central Analítica da Universidade de São Paulo (USP), para a identificação fitoquímica. Outros testes relacionados ao controle de qualidade precisam ser realizados para que a pesquisa seja concluída.
“Esperamos que o xarope seja útil para ser utilizado como calmante. Essa é uma pesquisa promissora, pois a intenção é que futuramente esse medicamento possa ser distribuído para a comunidade”, disse o estudante Fernando da Silva Barros.
De acordo com a Drª Jaqueline, em breve novos estudos serão feitos visando a formulação de cápsulas da droga vegetal, indicadas para o consumo de adultos.
O projeto é parte do edital da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UnirG (01/2020).