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‘Nomadland’ é grande favorito ao Oscar de melhor filme, dizem ‘termômetros’ do Oscar

Com a proximidade do Oscar 2021, o público mais uma vez se prepara para torcer pelos seus favoritos e por seus escolhidos nos bolões da vida. Dessa vez, quem apostar em “Nomadland” na categoria principal tem tudo para ganhar pelo menos esse ponto.

A grande premiação do cinema acontece neste domingo (25), com transmissão ao vivo no G1 desde o tapete vermelho.

O favoritismo gigantesco do filme é explicado pelas premiações organizadas pelos diferentes sindicatos de grandes classes de Hollywood. Em 2021, os dois eventos que servem como maiores termômetros da categoria principal do Oscar escolheram “Nomadland” como vencedor.

Analisando historicamente, “Os 7 de Chicago” e “Bela vingança” ainda podem sonhar, mas seria uma zebra maior até que a vitória de “Parasita” em 2020.

Os quatro grandes

 

São quatro organizações principais que podem ser consideradas indicadoras de como pensa a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organizadora do Oscar:

  • PGA: Sindicato dos Produtores da América
  • DGA: Sindicato dos Diretores da América
  • SAG: Sindicato dos Atores
  • WGA: Sindicato dos Roteiristas da América (que premia original e adaptado)

 

*as siglas vêm do inglês

 — Foto: Anderson Cattai e Wagner Magalhães/G1

— Foto: Anderson Cattai e Wagner Magalhães/G1

O melhor filme

 

Com prêmios do PGA e do DGA, os criadores de “Nomadland” podem preparar seus discursos de agradecimento na categoria principal da Academia.

Desde 2005, somente quatro produções ganharam o Oscar de melhor filme sem uma vitória em pelo menos uma das duas organizações.

Mais do que isso, das onze vezes em que um filme foi escolhido por ambas, só três não levaram a estatueta – a mais recente com o atual vencedor, “Parasita”, que derrotou o favorito “1917”ganhador dos dois prêmios.

Em 2006, “O segredo de Brokeback Mountain” foi superado por “Crash – No limite” e, em 2017, “La la land” perdeu para “Moonlight” (em um dos maiores micos da história do Oscar).

A força de previsão dos dois sindicatos fica maior historicamente. O filme do diretor ganhador do DGA também venceu o Oscar 54 vezes em 72 edições (um total de 75% de acerto).

Com um grande número de membros votantes da Academia e um sistema de votação parecido, o PGA também costuma mandar bem. A produção do ano do sindicato levantou a estatueta de melhor filme 21 vezes em 31 anos (um índice de 67,7%).

O prêmio do DGA também praticamente garante o Oscar a Chloé Zhao como a segunda mulher a ganhar a estatueta de melhor direção (desde 1948, o escolhido do sindicato só não levou o Oscar em nove ocasiões).

Caso isso realmente aconteça, as chances de “Nomadland” aumentam ainda mais. Ao longo de 92 anos, o cineasta ganhador em sua categoria correspondeu ao melhor filme 65 vezes.

Os azarões

 

'Os 7 de Chicago' venceu como melhor elenco do Sindicato dos Atores — Foto: Divulgação

‘Os 7 de Chicago’ venceu como melhor elenco do Sindicato dos Atores — Foto: Divulgação

Mas nem tudo é alegria para o filme de Zhao. “Nomadland” não esteve entre os indicados a melhor elenco do SAG – algo justificável ao considerar que a maioria absoluta dos atores da produção é formada por amadores.

Mesmo assim, estatisticamente se mostra um obstáculo. Somente três filmes conseguiram o Oscar principal sem um elenco lembrado pelo Sindicato dos Atores: “Coração Valente” em 1996, “A forma da água” em 2018 e “Green Book: O guia” em 2019.

Com cerca de 1.300 membros dos mais de 9.900 membros da Academia, os atores podem fazer a diferença na votação.

Carey Mulligan em 'Bela Vingança' — Foto: Divulgação

Carey Mulligan em ‘Bela Vingança’ — Foto: Divulgação

Com isso, o vencedor da categoria principal do sindicato, “Os 7 de Chicago”, ainda pode sonhar, por mais que a zebra seja improvável. Desde 2005, produção nenhuma levou o Oscar somente com um melhor elenco no currículo.

Sob esse prisma, “Bela vingança” e seu melhor roteiro original do WGA tem até chances maiores, já que, em 2017, “Moonlight” foi o grande vencedor também com apenas este prêmio na bagagem.

Atores e coadjuvantes

 

Chadwick Boseman em cena de 'A voz suprema do blues' — Foto: Divulgação

Chadwick Boseman em cena de ‘A voz suprema do blues’ — Foto: Divulgação

Entre as categorias de atuação, não há muito espaço para surpresas considerando o histórico de “previsões” do SAG.

Desde 1994, o escolhido do sindicato a melhor ator só não levou o Oscar em quatro ocasiões. No caso das atrizes, os “erros” são um pouco maiores – já aconteceram cinco vezes.

Viola Davis e Chadwick Boseman (1976-2020), ambos de “A voz suprema do blues”, são grandes favoritos.

Chadwick Boseman, Viola Davis e Colman Domingo em cena de 'A voz suprema do blues' — Foto: Divulgação

Chadwick Boseman, Viola Davis e Colman Domingo em cena de ‘A voz suprema do blues’ — Foto: Divulgação

Entre os coadjuvantes as coisas ficam um pouco mais abertas – mas bem pouco. O SAG não previu o prêmio da academia para atrizes coadjuvantes apenas oito vezes, o que deixa a vitória da sul-coreana Youn Yuh-Jung (“Minari”) quase certa.

Com os homens, foram nove discordâncias, mas Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro”) continua como favorito.

Daniel Kaluuya interpreta o ativista Fred Hampton em "Judas e o Messias Negro" — Foto: Divulgação

Daniel Kaluuya interpreta o ativista Fred Hampton em “Judas e o Messias Negro” — Foto: Divulgação

Fonte: G1 Oscar 2021