Cinthia fala em ‘aglomeração orquestrada’ e ‘cavalo de tróia’ após passagem de Bolsonaro
A passagem do presidente Jair Bolsonaro pelo Aeroporto de Palmas, na manhã desta quinta-feira (20), gerou tumulto e aglomeração. Sem usar máscara, ele se aproximou dos apoiadores que estavam tumultuados e pegou nas mãos de várias pessoas. O governador Mauro Carlesse (PSL) estava no local, também sem máscara.
Nem os seguranças do presidente usavam máscara. Contudo, o Decreto Estadual 6.092, assinado pelo próprio governador em março de 2020, afirma que o uso do item de proteção facial é obrigatório em todo o Tocantins para evitar a transmissão da covid-19. Outra norma da Prefeitura de Palmas também obriga o uso de máscara e prevê multa de R$ 80 ao cidadão flagrado sem o item em espaços públicos.
Na tarde do mesmo dia, Bolsonaro ainda fez uma visita não programada ao município de Lagoa do Tocantins e caminhou sem máscara entre os moradores.
SINTOMAS DE COVID-19
Logo depois da passagem pelo Tocantins, o presidente Bolsonaro disse durante uma live que voltou a se medicar com cloroquina por ter sentido, recentemente, sintomas característicos da covid-19.
“Não vou falar o nome (da cloroquina) para não cair a live. Aquele negócio que o pessoal usa para combater a malária, eu usei lá atrás e, no dia seguinte, tava bom. E vou dizer mais: há poucos dias estava me sentindo mal e (tomei) antes mesmo de procurar o médico. Olha só que exemplo estou dando. Tomei depois aquele remédio porque estava com sintoma. Tomei, fiz exame e não estava (doente). Mas, por precaução, tomei. Qual o problema? Vou esperar sentir falta de ar para procurar hospital?”, disse o presidente.
PREFEITA FAZ CRÍTICA
Após a polêmica gerada por conta da passagem do presidente, a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), recém-aliada política do governador Carlesse, postou em comentário bastante crítico nas redes sociais.
“O que dizer sobre uma aglomeração orquestrada para disseminar a Covid-19 e antecipar uma possível 3ª onda? Só espero quando o caos se instalar, os organizadores do ‘cavalo de Tróia’ tenham sido identificados e responsabilizados. Que tragam socorro imediato para salvar vidas”, escreveu a prefeita.
Segundo a gestora, as forças de segurança agiram com rigor, pois não há 2 pesos e 2 medidas na capital, mas existe quem desafia as instituições, os decretos e o coronavírus.
INTERNAUTAS QUESTIONAM A PREFEITA
Na sequência, vários internautas questionaram as aglomerações em eventos tanto da Prefeitura de Palmas quanto do Governo do Estado.
“Prefeita e sobre as ‘dobradinhas’ de aglomerações causadas [pela Prefeitura e Governo] na entrega de apartamentos no Santo Amaro, na assinatura de retomada das obras da ETI e na entrega do CMEI do Bertaville Os responsáveis também devem ser responsabilizados?”, questionou o coletivo SOMOS.
“O que uma aglomeração tem de diferente de bares liberados e relaxamento das restrições em um momento que exige cautela? Precisamos ser condizentes com as narrativas. O que tem de diferente de uma sala de aula, mesmo que em número reduzido?”, questionou o professor Darlan Farias.
Fonte: AF Noticias