PF cumpre 107 mandados em operação contra Carlesse; R$ 40 milhões são bloqueados
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (20/10) duas operações contra membros da cúpula do Governo do Tocantins suspeitos de obstruir investigações de combate à corrupção e também para desmantelar um esquema de pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores públicos, o antigo Plansaúde, atual Servir.
Cerca de 280 policiais federais cumprem 57 mandados de busca e apreensão e outras 50 medidas cautelares, como afastamento do cargo, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nas cidades de Palmas, Gurupi, Porto Nacional, Minaçu (GO), Goiânia (GO), Brasília (DF) e São Paulo (SP). As operações foram batizadas de ‘Éris e Hygea’.
O governador Mauro Carlesse (PSL) e o secretário da Segurança Pública, Cristiano Sampaio, foram afastados do cargo por seis meses. Carros de luxo foram apreendidos na casa do governador. A PF também cumpriu mandados no Palácio Araguaia e na SSP.
Segundo a PF, as investigações foram iniciadas há quase dois anos e demonstram um complexo aparelhamento da estrutura do governo a fim de permitir a continuidade de diversos esquemas de corrupção que teriam movimentado dezenas de milhões de reais. Até o momento, foi determinado o bloqueio judicial de R$ 40 milhões.
ESQUEMA DE CORRUPÇÃO NA SSP
Conforme a PF, a operação Éris visa desarticular o braço da organização criminosa instalado na Secretaria de Segurança Pública (SSP) suspeito de obstruir as investigações, utilizando-se de normas (decretos), aparelhamento pessoal e poder normativo e disciplinar contra os policiais envolvidos no combate à corrupção. O grupo ainda é suspeito de vazar informações de investigações em andamento aos investigados.
PLANO DE SAÚDE
Já a operação Hygea tem o objetivo de desmantelar o esquema de pagamentos de propina relacionadas ao Plansaúde e a estrutura montada para a lavagem de dinheiro, assim como demonstrar a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados.
REMOÇÃO DE DELEGADOS
Segundo as investigações, o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.
Além da obtenção de novas provas, busca-se interromper a continuidade das ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e a retomada das Instituições Públicas.
APOIO DA FORÇA AÉREA
As operações contaram com o apoio da Força Aérea Brasileira. Os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e documental e embaraço às investigações.
Os nomes das operações fazem referência a figuras da mitologia grega ligadas à discórdia e à saúde, respectivamente.
Fonte: AF Noticias