Banheiro de R$ 45 mil em gabinete de vereador gera polêmica no interior do Tocantins
A pequena cidade de Pium, na região centro-oeste do Estado, está no meio de uma polêmica, tudo por causa da construção de um banheiro no gabinete do presidente da Câmara Municipal da cidade que custou aos cofres públicos nada menos que 45 mil reais.
Apenas para pagar o ‘projeto arquitetônico’ do banheiro, a Casa Legislativa fez um empenho no valor de R$ 6 mil. Para as obras e demais instalações, o custo desse cômodo custou R$ 38.901,80, segundo o documento de empenho dos recursos.
O alto custo da pequena obra virou motivo da piada na cidade, sendo chamado de ‘banheiro de Dubai’. Já na Câmara, vários vereadores teceram duras críticas.
O parlamentar Diego Babilônia (DEM) disse que o banheiro é o assunto mais falado na cidade. “Hoje entrei nesse banheiro. Tudo de plástico. Tinha que estar tudo no porcelanato, mas é tudo coisa simples. Isso é uma brincadeira com o dinheiro público”, criticou.
No dia 19 de outubro, Diego protocolou um ofício cobrando explicações sobre a obra e documentos como Termo de Referência, Memória de Cálculo e Cronograma Físico Financeiro do projeto de construção do banheiro, mas ainda não havia recebido nenhuma informação ou resposta por parte da presidência.
O caso já foi denunciado ao Ministério Público do Tocantins (MPTO) para investigação de supostas ilegalidades.
PRESIDENTE DIZ QUE TUDO É LEGAL
Em vídeo postado nas redes sociais, o presidente da Câmara, vereador Silvaneres Martins (PSDB), também concordou que o valor do banheiro está caro, mas disse que tudo foi dentro da legalidade.
“Sobre o banheiro, até eu achei absurdo. Até comentei com os vereadores, amigos meus, que achei um absurdo. Mas o órgão chamado SINAP, que é um órgão federal, que tabiliza as planilhas orçamentárias, que tabiliza os serviços de engenharia, de engenheiro, de arquiteto, para um simples banheiro. Falo de um banheiro público. Não é de um banheiro feito na minha casa, porque na minha casa chamo um pedreiro e mando fazer”, disse o presidente.
Silvaneres disse ainda que toda obra necessita de um projeto elétrico, hidráulico, sanitário e estrutural. “E o melhor: se tem um pedreiro que tem uma empresa que presta serviço só de pedreiro, eu não posso contratar. Já pensou no absurdo? Eu não posso contratar”, completou.
O presidente ainda afirmou que fará a prestação de contas para o TCE-TO. “Porque na hora que vem uma fiscalização do Tribunal de Contas, ao qual eu devo satisfação, a não ser a comunidade de Pium, eu devo satisfação à comunidade, na hora que vier, eles vão cobrar. Cadê os projetos estruturais, elétricos, hidráulicos e sanitários. Tá tudo legalizado”, afirmou.