Assembleia e Setas aparecem na rota da extorsão; empresário teve passos monitorados
Um agente da Polícia Civil monitorou todos os passos do empresário e ex-candidato a prefeito João Coelho Neto no dia 22 de dezembro de 2021 na investigação que apura extorsão de 50% do valor de um contrato para fornecimento de 40 mil cestas básicas ao Governo do Tocantins. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Durante as diligências, a primeira parada foi na sede da Secretaria de Estado do Trabalho e Assistência Social (Setas), onde o agente flagrou João Neto saindo da área de estacionamento, por volta das 10h30.
Durante a longa diligência de acompanhamento realizada pelo agente de polícia, João Neto saiu da Setas na companhia de um homem ainda não identificado e foi até a Assembleia Legislativa, onde permaneceu por cerca de 1 hora, e voltou novamente à Setas.
Na secretaria, uma servidora o aguardava no estacionamento e lhe entregou algo, conforme o relatório da missão. Em seguida, João Neto encontrou-se com Wolney Max, o suposto cobrador de aluguel, na frente de um hotel que fica localizado perto da Setas. Lá conversaram dentro de um veículo por cerca de 20 minutos.
A polícia agora investiga quem seria o mandante da cobrança dos 50% do contrato com o governo, bem como o motivo de João Neto ter ido à Assembleia e logo depois retornado à Setas.
Muitos deputados estaduais destinaram emendas para a compra de cestas básicas. Porém, a decisão da Justiça que autorizou a operação da última terça-feira (4) não cita nenhum parlamentar. O contrato das 40 mil cestas básicas foi assinado no dia 05 de novembro de 2021.
Caso surjam indícios concretos de envolvimento de algum deputado a investigação do caso deverá ser remetida ao Tribunal de Justiça em razão do foro privilegiado.
O empresário João Coelho Neto, 37 anos, foi candidato a prefeito no município de Rio Sono, na região nordeste do estado, nas Eleições 2020. Ele estava filiado ao PTB e obteve 1.502 votos (41,4% dos válidos). Declarou à Justiça Eleitoral na época um patrimônio avaliado em cerca de R$ 3 milhões, incluindo três fazendas, lotes e uma casa de R$ 900 mil em Palmas.
Fonte: AF Noticias