Ministro pede cautela na divulgação dos resultados parciais do Enem
Nesta quinta-feira, 22, o Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira divulgou os dados do Enem por escola, calculados sobre as notas das provas objetivas do exame, não sendo contadas as notas de redação.
Com base nestes dados, análises equivocadas foram divulgadas na imprensa nesta sexta-feira, 23. “Não se chega ao resultado de um Estado a partir de uma média aritmética simples. É necessário levar em consideração a proporcionalidade do número de alunos que fizeram a prova, por escola. Por exemplo, uma escola de 10 alunos com nota 500 e outra com 20 alunos com nota 400, não implica que a média das duas será 450, ou seja, é preciso aplicar a média aritmética ponderada”, explicou o superintendente da Informação e Tecnologia na Educação, Joneidson Marinho Lustosa.
O problema não ocorreu somente no Tocantins, o que motivou o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, a convocar uma coletiva de imprensa na manhã de hoje. Segundo o ministro é preciso cautela na comparação do desempenho dos colégios. “O Enem não é um ranking de avaliação entre escolas. É uma avaliação dos alunos, insuficiente como instrumento de avaliação do estabelecimento escolar. Mesmo porque temos escolas cuja natureza é muito distinta. As escolas que selecionam os estudantes em geral têm um desempenho melhor do que as escolas que são porta aberta e acolhem todos os estudantes da sua região”, afirmou o ministro, enquanto explicava a diferença existente entre escolas que selecionam seus alunos para a prova, nos chamados vestibulinhos, e a maioria dos estabelecimentos da rede pública que, por lei, atendem qualquer aluno, isto é, que funcionam no regime de “porta aberta”.
É importante ressaltar que, hoje, a avaliação oficial considerada pelo INEP, que avalia a qualidade do ensino no país, é a Prova Brasil, que resulta no Índice de Educação Básica – o IDEB, o qual reúne indicadores de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática e o fluxo escolar, neste caso, o Tocantins ocupa o 6º lugar no país e o 1º lugar na Região Norte e Nordeste.
Mudanças
Desta vez, o MEC só divulgou os resultados de escolas que tinham, no mínimo, 10 alunos no último ano do ensino médio e onde pelo menos 50% deles fizeram o Enem. No caso do Tocantins, menos de 30% dos alunos da Rede Estadual de Ensino, aptos a fazerem as provas em 2011, tiveram suas notas consideradas.
Esse critério aumentou a proporção de colégios particulares, que acabou equilibrada com o volume de escolas públicas. No país, das 10.076 escolas com notas divulgadas, 199 eram federais (1,97%), 4.968 estaduais (49,31%), 111 municipais (1,1%) e 4.798 particulares (47.62%).
Mesmo com esses critérios passíveis de questionamentos, devido às mudanças feitas pelo MEC, ainda assim, o Tocantins deixou a 27ª e última posição no Enem, para ocupar o 21º lugar na avaliação, dentre os Estados brasileiros.
(SECOM)