Em protesto, alunos denunciam casos de assédio em escola pública de Babaçulândia
Alunos da Escola Estadual Leopoldo de Bulhões, em Babaçulândia (TO), fizeram uma manifestação nesta segunda-feira (28/3) pelas ruas da cidade e em frente à unidade escolar para cobrar providências das autoridades quanto aos casos de assédio que estariam sendo praticados por um professor.
Os estudantes decidiram fazer o protesto depois que um caso veio à tona na semana passada e encorajou outras alunas a denunciarem. Eles reclamam que não teriam tido nenhum apoio por parte da direção da escola.
DENÚNCIA NAS REDES
A primeira denúncia foi feita por uma estudante nas redes sociais. A jovem relata como começou o assédio e conta o desespero de não ter tido nenhuma resposta da direção escolar. Em seguida, ela descobriu outros casos semelhantes ao seu.
A estudante disse que passou a ser assediada após ter enviado uma mensagem ao professor. “Olá professor, o senhor está bem? Notei que anda triste esses últimos dias”, escreveu a estudante na mensagem. Ela afirma que estava apenas agindo de maneira educada com o professor, mas a resposta dele lhe causou surpresa e indignação: “Falta de um novo amor”, teria respondido ele, dentre outras investidas ainda mais diretas. Segundo a jovem, na escola, o professor passou a lhe olhar fixamente, deixando-a com medo.
SOBRE OUTROS CASOS
Em entrevista ao portal AF Notícias, a jovem disse que o referido professor já teria sido transferido de outras duas escolas por esse mesmo motivo. “Foi afastado dessa que ele atua por um ano, retornou novamente e vem praticando novos casos de assédio. Passa a mão na bunda de aluna, manda mensagem intimidadora, fica intimidando aluno com olhar em sala de aula, então é frequente por esse professor”, denunciou.
Segundo a estudante, o mais grave é que alunos já haviam relatado casos em 2016. “Tem professora formada que foi aluna dele e trabalha na unidade escolar. Ela diz que também foi vítima de assédio por ele. Ela conta a história chorando porque não teve coragem de denunciar”, afirmou a jovem.
SEM RESPOSTA DA DIREÇÃO
“O último caso foi o meu, dia 17 de março. Aí procurei a escola dia 18, juntamente com a minha mãe. A escola disse que ia tomar providência, mas até a semana passada não tinham resolvido nada”, conta a jovem desesperançada.
De acordo com ela, a direção disse apenas que o professor deixaria de lecionar na série que ela estuda, mas continuaria na escola. “Outras alunas também foram vítimas de assédio. Como eu me manifestei, elas também se manifestaram”, acrescentou. Mas como as alunas se recusaram a assistir as aulas, o professor teria sido afastado.
VEJA VÍDEO:
O QUE DIZ A SEDUC?
“A Secretaria de Estado da Educação informa que apura, com rigor, as denúncias que possam envolver servidores da Pasta, seja nas escolas da rede estadual, Diretorias Regionais de Educação (DRE) e sede Seduc.
Com relação específica a Escola Estadual Leopoldo de Bulhões, de Babaçulândia, informa que está acompanhando o caso, via Diretoria Regional, que já enviou uma equipe até a unidade de ensino, mas que nenhuma denúncia de assédio foi feita via canais oficiais da Pasta. Mas que já está apurando todos os fatos, visando sempre à segurança de alunos, professores e equipes técnicas da unidade de ensino. Informamos ainda que o professor foi afastado da unidade de ensino até que os fatos sejam esclarecidos.
A Seduc reforça que a Ouvidoria da Pasta está aberta para atender toda a população, por meio dos telefones 162 (Ouvidoria Geral do Estado) / (63) 3218-2573 / 3218-2559 / 9920-0403 (WhatsApp), ou pelo e-mail: [email protected].”