Polícia prende médico e responsáveis por laboratório clandestino contratado pelo governo
Um médico diretor técnico do Sicar Laboratórios, que funcionava de maneira clandestina em Palmas, além da responsável técnica e diretor administrativo, foram presos em flagrante durante a operação Nablus, deflagrada nesta quarta-feira (11/5) pela 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) em parceria com órgãos de fiscalização de saúde e do Ministério Público do Tocantins (MPTO).
A polícia encontrou no local pedaços de corpos humanos armazenados em potes de sorvete, margarina e até de creme capilar. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão por ordem da 2ª Vara Criminal de Palmas.
O Sicar Laboratórios é contratado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) para realizar exames em pacientes dos hospitais da rede pública.
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O delegado Evaldo de Oliveira Gomes, informou que os suspeitos faziam a abertura de empresas em nome de ‘laranjas’ se passando por pessoas jurídicas. Segundo ele, havia diversos laboratórios de fachada que só existiam no papel, todavia era realizado o repasse de pagamentos, mas os serviços não eram prestados. Nenhum deles possuía licença ou alvará por parte do poder público municipal e estadual.
Ainda conforme o delegado, a situação mais precária foi a encontrada no laboratório clandestino no centro de Palmas. “São diversos materiais genéticos armazenados indevidamente que evidenciam fraudes em laudos laboratoriais e exames imprecisos, uma vez que as amostras estão em total desacordo com as normas sanitárias de armazenamento”, informou.
O laboratório funcionava em uma casa adaptada. No local, a polícia encontrou diversas irregularidades: o material biológico era mergulhado em frascos de sorvete, paçoca, creme capilar e até recipiente de achocolatado. Os potes de coleta de urina e fezes estavam mergulhados em um balde com uma substância líquida para serem lavados e reaproveitados. Algumas seringas foram encontradas penduradas no teto do local. Além disso, os papéis de pedido dos exames estavam submersos dentro das próprias amostras.
Órgãos Fiscalizadores
O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que o laboratório não tem regularidade no CRM. O Conselho também fez a interdição ética do local, ou seja, nenhum médico poderá atuar no laboratório, sob pena de responsabilidade ética. A Vigilância Sanitária Municipal de Palmas também interditou o local que não possui licença municipal e estadual.
Operação Nablus
O nome da operação remete à atual cidade situada no distrito de Samaria, onde existia a antiga cidade de Siquém e um poço, também conhecido como poço de Sicar, no qual Jesus dialogou com uma Samaritana. O Poço Sicar é profundo e escavado na rocha sólida que tem sido associado à tradição religiosa com Jacó por cerca de dois milênios.
A operação conta com delegados, agentes, escrivães e peritos da Dracco, 1ª Deic, 2ª Deimpo, Decor, 6ª Deic, 2ª DPC, 7ªDeic, 4ª DPC e do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gote).