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Número de idosos chega a 200 mil no Tocantins após aumento de 75,4% em uma década

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os moradores tocantinenses estão mais velhos. A população total do estado foi estimada em 1.594.000 em 2021, o que representa um aumento de 11% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 7,9% para 12,6% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 114 mil pessoas para 200 mil, crescendo 75,4% no período.

Por outro lado, os dados mostram a queda de participação da população abaixo de 30 anos e, também, dessa população em termos absolutos. “Essa queda é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade que vem ocorrendo no país nas últimas décadas e que já foi mostrada em outras pesquisas do IBGE”, observa o analista da pesquisa, Gustavo Fontes. O número de pessoas abaixo de 30 anos no Tocantins passou de 823 mil, em 2012, para 769 mil, no ano passado, um recuo de 6,7%.

O pesquisador explica que as estimativas de sexo e classes de idade para o Brasil e os estados, por serem alinhadas com as Projeções Populacionais, ainda não incorporam os efeitos da pandemia, como a queda no número de nascimentos e o aumento dos óbitos. “Com os resultados do Censo 2022, esses parâmetros serão atualizados”, diz. A coleta do Censo começa no dia 1º de agosto.

No ano passado, o número de pessoas de idades mais jovens (abaixo de 30 anos) aumentou em Palmas, na capital. Em 2012, eram cerca de 148 mil e, em 2021, 172 mil, um crescimento de 16,2%. Por sua vez, o número de pessoas com 60 anos ou mais teve um salto de 225%, de 8 mil para 26 mil. Na comparação com 2012, a participação da população idosa também cresceu. Em 2012, apenas 3,1% dos palmenses eram idosos, em 2021 o percentual era de 8,3%.

Entre as Unidades da Federação da Região Norte, o Tocantins possui o menor percentual da população residente de 0 a 17 anos (28,5%). No ranking nacional, o estado possui a 18º menor concentração de moradores mais jovens. Já em relação aos idosos, o Tocantins apresentou o maior percentual de população de 60 anos ou mais da região (12,6%) e o 14º lugar do país.

Entre 2012 e 2021, a participação da população que se declara branca no Tocantins caiu de 22,5% para 19,1%. No mesmo período, houve crescimento da participação das pessoas autodeclaradas pretas (de 7% para 11,7%) e recuo do percentual de pardos (de 69,8% para 67,8%). Apesar disso, desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características Gerais dos Moradores ( PNAD Contínua), a maior parte da população residente no Tocantins é a que se declara parda.

Em dez anos, a população preta tocantinense cresceu 84,1% e a parda, 8%. Já a população branca caiu 5,6%. Na região Norte, Tocantins registrou, em 2021, o 3º maior percentual da população residente declarada de cor branca (19,1%) e o maior índice de habitantes que se autodeclararam pretos (11,7%). No ranking nacional, o estado é o 4º com maior percentual de pessoas pretas.

Pessoas sozinhas

Em 2021, haviam 522 mil domicílios particulares permanentes no Tocantins, contra 416 mil em 2012. Nesses domicílios, o arranjo mais frequente era o nuclear, estrutura composta por um único núcleo, seja formado por um casal com ou sem filhos ou enteados ou pelas chamadas famílias monoparentais, quando somente a mãe ou o pai criam os filhos, sem a presença do outro cônjuge.

Ainda em 2021, as unidades domésticas com arranjo nuclear correspondiam a 64,3% do total, percentual próximo ao de 2012 (64,8%). Nesse período, a proporção de unidades domésticas unipessoais (com apenas um morador) passou de 11,2% para 14,2% do total. Entre as pessoas que moram sozinhas, os homens eram maioria, representando 62,1% (ou seja, 46 mil eram homens e 28 mil eram mulheres).

Dentre as demais formas de arranjo domiciliar, no Tocantins, 20,5% dos domicílios eram unidades estendidas, que são constituídas pela pessoa responsável com pelo menos um parente, formando uma família que não se enquadre em um dos tipos descritos como nuclear. As unidades domésticas compostas representavam apenas 1% e são aquelas constituídas pela pessoa responsável, com ou sem parente(s), e com pelo menos uma pessoa sem parentesco, podendo ser agregado(a), pensionista, convivente, empregado(a) doméstico(a) ou parente do empregado(a) doméstico(a).

Cenário nacional

A população total do país foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. De acordo com a pesquisa, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os três estados mais populosos do Brasil. No ranking nacional, o Tocantins ficou na 24ª posição. Roraima, Amapá e Acre são as Unidades da Federação menos populosas.

O número de pessoas abaixo de 30 anos de idade no país caiu 5,4%, enquanto houve aumento em todos os grupos acima dessa faixa etária no período. A parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.

Nesses dez anos, o Centro-Oeste teve o maior aumento populacional (13,0%), seguido pelo Norte (12,9%). No entanto, as duas regiões mantiveram as menores participações na população total (7,8% e 8,7%, respectivamente). Já o Sudeste, região mais populosa, aumentou seu contingente em 7,3% e passou a concentrar 42,1% da população em 2021. O Nordeste, por outro lado, teve o menor crescimento populacional no período (5,1%) e concentrava 27,1% da população do país.

 

Fonte: AF Notícias