Vendedor de frutas que teve carro incendiado consegue recomeçar e em breve negócio contará com um trailer

Um homem que havia feito ofensas ao vendedor, conhecido como Django, incendiou o veículo do ambulante em um estacionamento da Avenida Teotônio Segurado no dia 2 de agosto. O suspeito foi preso e indiciado por injúria racial e incêndio, e continua preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas. Mas toda a situação deixou marcas na vida do vendedor.

“Realmente foi uma situação muito complicada. É uma coisa que eu jamais tinha imaginado que chegaria a esse ponto. Estou fazendo acompanhamento com psicólogo e procurando que isso passe o mais rápido possível’, contou.

Pessoas que acompanham e admiram o trabalho de Hiaggo organizaram uma vaquinha online, que arrecadou mais de R$ 41 mil para que conseguisse organizar novamente sua banca. Ele ainda recebeu doações além da vaquinha e, ao todo, arrecadou cerca de R$ 63 mil.

Hiaggo continua no mesmo ponto e usando o carro que foi destruído pelo agressor. Mas, em breve, graças ao dinheiro que recebeu das doações, vai conseguir montar um trailer moderno, que será seu novo local de trabalho.

“Estou buscando mais conforto para o cliente, inclusive vai ter energia solar, um sistema para resfriar mais o ambiente e tornar mais aconchegante para quem já fica aqui nesse calor”, antecipou autônomo.

A arquiteta Yasmin Macedo desenvolveu o projeto e a ideia é que o espaço pareça um mercado.

“É quase um minimercado, uma frutaria móvel. Ele tem algumas particularidades que são necessárias para cumprir o trabalho que o Django já fazia, principalmente com o corte e entrega das frutas personalizado”, contou a profissional.

A previsão era que o espaço ficasse pronto no ano que vem, mas com o adiantamento do projeto, pode ser que tudo seja organizado antes, em até dois meses.

Apesar de enfrentar as dificuldades após o ataque e resolver os prejuízos materiais, Hiaggo comentou que recebeu muitas mensagens de apoio, que o fizeram seguir em frente e recomeçar.

“Recebi cartas, recebi mensagens. Esse foi o lado bom. Eu recebi o acolhimento e carinho de pessoas que eu nem conhecia. O que me dá vontade de prosseguir são essas pessoas que me acolheram”, disse.

Fonte: G1 Tocantins