Em crise, Grupo Tabocão pede recuperação judicial e demite cerca de 10% do quadro de funcionários
O Grupo Tabocão, uma das maiores rede de postos de combustíveis dos estados do Tocantins e Goiás, está enfrentando problemas financeiros e entrou com pedido de recuperação judicial no último dia 9 de novembro. O presidente do grupo é o empresário tocantinense Edison Dutra, o Tabocão.
A recuperação judicial é um meio utilizado por empresas para evitar que sejam levadas à falência. O processo permite que companhias suspendam e renegociem parte das dívidas acumuladas em um período de crise, evitando o encerramento das atividades, demissões e falta de pagamentos. No caso de fracasso da recuperação, resta à empresa fechar as portas.
A notícia do pedido de recuperação do grupo surpreendeu o meio político e empresarial. O empresário Tabocão teve o nome lançado como pré-candidato a governador do Tocantins nas eleições de 2022, mas não chegou a entrar na disputa.
Funcionários relataram que a empresa está realizando demissões em todas as unidades e sem justificativa. Para piorar, o grupo não teria condições de realizar os acertos trabalhistas.
A rede de postos confirmou que houve um corte inferior a 10% no quadro de colaboradores como parte do processo de reestruturação.
“Nós fomos avisados na segunda-feira (14) que eles não têm verba para pagar os funcionários. Que tem dentro de um ano para realizar todos os pagamentos, mas não estão sendo claros o suficiente com a gente”, contou uma trabalhadora que preferiu não se identificar.
Entre os dispensados estão frentistas, gerentes de pista, gerente geral, zeladoria, operador de caixa, entre outros.
Veja o que diz o Grupo Tabocão:
“O Grupo Tabocão ingressou no dia 09.11.2022 com pedido de recuperação judicial, que se trata de um processo de negociação coletiva para reestruturação do passivo existente com a finalidade de garantir a continuidade das atividades do Grupo, permitindo ainda a adoção de melhorias internas e o aumento de eficiência.
Importante ressaltar que não houve demissões em massa, apenas uma redução de menos de 10% do quadro de funcionários dentro do escopo de processo global de reestruturação e, que por conta do próprio regramento da Lei nº 11.101/05, mesmo tendo disponibilidade de caixa a empresa se encontra impedida de efetuar quaisquer pagamentos cujo fato gerador seja anterior ao pedido de recuperação.
Para que fique claro, os credores trabalhistas terão pagamento prioritário e preferencial durante a reestruturação do Grupo, que conta com o suporte de grande parte de seus colaboradores neste processo de soerguimento.
Destaca-se, ainda, que a adoção da reestruturação não altera as atividades correntes e futuras, para as quais contamos com a manutenção do apoio e a colaboração de todos nesta etapa desafiadora, mas necessária para o Grupo.
O Grupo Tabocão reafirma seu compromisso empresarial e social, agradece a todos pela parceria ao longo dos anos e está confiante em sua plena recuperação.
Departamento de Compras
Infraestrutura Tabocão
Diretoria Tabocão”