Após fim de casamento conturbado, mulher se torna empreendedora: ‘nunca é tarde para começar’
Em janeiro deste ano, a araguainense Alaiane Guimarães começou a vender roupas para complementar a renda e conseguir cuidar das filhas. Segundo ela, a busca pelo conhecimento a motivou a participar do “Projeto Florescer: Empreendedorismo Feminino”. A iniciativa da Prefeitura tem como objetivo beneficiar mulheres vítimas de violência doméstica e outras vulnerabilidades sociais com cursos e palestras, para auxiliá-las na independência financeira.
O primeiro encontro foi realizado no último dia 8, no Centro de Referência da Assistência (CRAS III), localizado no Parque do Lago. “Vim aqui pois o tema me chamou a atenção, eu sempre sonhei em fazer faculdade de empreendedorismo, mas com a maternidade na época não consegui e quem está no ramo de vendas tem que procurar se qualificar cada dia mais”, contou a moradora Alaiane.
Hoje, a busca de Alaiane é pela qualificação e sucesso financeiro, mas antes era pela paz e liberdade. Ela lembrou ainda que precisou ter coragem para sair dos abusos vivenciados durante um relacionamento. “Eu vivi um casamento conturbado durante 11 anos, aí me separei e nesse mesmo período fiquei desempregada. Não foi fácil, passei necessidade até conseguir o emprego de cuidadora. Nunca é tarde para começar”, afirmou Alaiane.
Sobre o Projeto
O Projeto Florescer é uma série de encontros que tem como objetivo beneficiar as mulheres vítimas de violência. “As ações são uma forma de fazer com que elas acreditem que é possível recomeçar”, explicou a diretora interina de Políticas Públicas Setoriais da Secretaria da Assistência Social, Rhaíssa da Rosa.
A primeira palestra apresentada foi “A Mulher e as crenças limitantes: desafios e oportunidades de mulheres no empreendedorismo”. A palestra foi conduzida pela psicóloga clínica e professora Simone Cristina Simões, que abordou sobre regras, comportamento e exigências que a mulher brasileira vivencia e como o empreendedorismo é uma forma de superar os desafios.
“Nossa construção social muitas vezes coloca as mulheres em um lugar de inferioridade, o empreendedorismo de forma construtiva, além de gerar autonomia, melhora a autoestima, porque elas vão conseguir se manter, além de evitar adoecimento, como ansiedade pela falta de dinheiro ou situações de violência por conta da dependência financeira do parceiro”, explicou Simone.
Parceria
Durante o evento, teve ainda uma exposição de artesanatos em forma de tapetes, panos de prato, toalhas e artigos de decoração feitos pelas alunas do Programa Capacita Araguaína, que tem como objetivo incentivar a comunidade a ter uma renda extra por meio da profissionalização e ainda fortalecer o desenvolvimento econômico da cidade.
Próximas ações
No mês de março, as ações do Projeto Florescer em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/TO) continuam no dia 10, com a “Oficina sobre Empreender: Agora ou Nunca!” e, no dia 30 terá a “Oficina de Marketing e empreendedorismo feminino: O que é, desafios e ideias”.