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Grupo quer expulsão de ex-deputado que comanda o PT no Tocantins e faz denúncias gravíssimas

Recentemente, membros do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores no Tocantins encaminharam à Executiva Nacional um pedido de expulsão do ex-deputado estadual e atual presidente da sigla no estado, José Roberto Ribeiro Forzani, mais conhecido como Zé Roberto Lula.

O documento é assinado por Genivaldo de Moura Santos, Eduardo Siqueira da Costa, Haroldo Soares de Almeida, Erazine Pinheiro Fonseca e José Geraldo Borges Nogueira.

As alegações são de natureza gravíssima e expõem um enorme racha na base do partido do presidente Lula no Tocantins.

“Mandatos sustentados em compra e manipulação de votos, com continuidade da mesma prática para as eleições das instâncias partidárias. Acordos políticos distantes da base partidária, manipulação e dirigismo aparelhado nas decisões partidárias gerando afastamento e exclusão de boa parte de quadros históricos da militância”, dispara a petição.

Segundo o grupo, o ex-deputado fazia negociatas, adotava práticas de típicas de ‘mensaleiro’ e apresentava ‘fatura’ ao governo

Os petistas que assinam o documento dizem que vêm suportando o ônus do que classificam como “desastre”, ou seja, o fato de o ex-deputado estar na direção do partido nos últimos anos. Relatam ainda que Zé Roberto “conduz o partido de forma subordinada ao seu projeto pessoal, independentemente de qualquer orientação e ou conjuntura favorável ou desfavorável ao crescimento do partido no Estado e ou nacional”. 

“Se valia ele, exclusivamente, de negociatas, as mais esdrúxulas possíveis, negociando aprovação de leis em tempo recorde”. O grupo reclama, por conseguinte, que precisam “aguentar as provocações e indiretas de adversários sobre o que chamavam de ‘mensaleiro’ de governo, tendo isso como instrumento de manutenção de filiados em cargos do Estado, para garantir a manipulação e o dirigismo partidário a ser entregue em seguida, como fatura aos governos nos processos políticos eleitorais e votos na Assembleia”.

Desmandos foram tolerados para evitar escândalos e preservar o “projeto coletivo”, diz documento

Os membros do diretório alegam também que suportaram tudo isso, em silêncio, por respeitarem o projeto coletivo e também para “evitar ampliação da queimação e mais escândalos, dando munição a adversários sedentos”.

O grupo também cita as buscas realizadas pela Polícia Federal na casa do ex-deputado e a condenação por improbidade administrativa já transitada em julgado.

Cortar a própria carne, como disse o presidente Lula certa vez!

Como se observa, a insatisfação com a gestão de Zé Roberto é de longa data. Porém, a eleição de 2022 contribuiu para que o grupo de insatisfeitos se mantivesse em silêncio, pois o dirigente petista era candidato a deputado federal e Lula tentava retornar à presidência da República.

Contudo, encerrado o processo eleitoral e considerando que Zé Roberto não foi eleito para a Câmara Federal, chegou a hora de “lavar a roupa suja”.

Por fim, o grupo pede que a direção nacional, de forma urgente e excepcional, “indique uma eleição provisória no Estado, sob o seu monitoramento, que possa nos garantir um processo limpo de reestruturação partidária e que essa direção eleita agora tenha caráter temporário até a realização do próximo PED, mas que esse processo já se dê sob o afastamento, de preferência com a expulsão do sr. José Roberto Ribeiro Forzani, mesmo que saibamos que seus “companheiros” de linha de frente ainda estarão a tentar influir internamente sob sua orientação”.

Não é difícil concluir que os “companheiros” querem cortar a própria carne, de forma a dar respostas para a sociedade e os militantes petistas. Entretanto, até que ponto a direção do partido e a Executiva Nacional têm o mesmo interesse? Até que ponto uma expulsão dessa natureza respingaria no partido como um todo e na governabilidade do atual presidente?

A hora é de expectativas para saber se a faca está mesmo amolada ou se é cega!

Fonte: AF Noticias