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Junina Malacabados contará história de mulher que decidiu ser vaqueira e lutar contra o machismo

Tratando de um assunto que faz parte da luta feminina dentro da sociedade e até hoje gera discussões, a junina Malacabados, de Araguaína, coloca em pauta a discussão sobre presença da mulher em profissões tradicionalmente masculinas.

“A Peleja de Luzia nas Veredas do Sertão” é o tema escolhido pelo grupo para participar das apresentações da 23ª edição do São João do Cerrado, que ocorrerá nos dias 24 e 25 de junho com a apresentação de três juninas tradicionais da cidade.

O enredo conta a história de Luzia, uma mulher viúva que se viu obrigada a lidar com a vida sertaneja após perder o marido e acaba se apaixonando pelo trabalho como vaqueira. A história se passa no sertão de Pernambuco e mistura os passos tradicionais da festa junina com o desenrolar da trama em que a personagem principal enfrenta o machismo dos colegas de profissão e do próprio patrão.

“Nós queríamos trazer a profissão do vaqueiro, que é considerada a mais antiga do Brasil, com um tema que é ainda muito atual: a luta da mulher no mercado de trabalho. Apesar de ser uma história fictícia, representa a realidade de muitas mulheres brasileiras e nós queremos mostrar que elas têm a força e a capacidade para fazer o que quiserem”, explica o produtor cultural da junina Malacabados, Gustavo André Martins.

 

Protagonismo feminino

Para contar essa história, o marcador e os personagens representam uma trupe de teatro que chega nos arraiais para narrar a história de Luzia. Quem interpreta a personagem principal é a quadrilheira Larissa Dantas, que diz estar empolgada com o papel.

“Abordar esse tema é importantíssimo, o preconceito com a mulher em determinadas profissões ainda é muito visível. Mulheres podem, sim, estar em altos cargos, exercer papeis de liderança e ocupar funções tradicionalmente masculinas, e nós queremos mostrar isso de uma forma bem animada, no clima junino”, conta Larissa.

A quadrilha que acompanha essa história vem vestida de vaqueiros e suas damas, utilizando em seu figurino cores, peças de roupa e acessórios que remetem a profissão do vaqueiro.

 

História nos festivais

Em 2015, a junina foi campeã do Festival São João do Cerrado pela primeira vez. No mesmo ano, também levou o título de campeã do 28º Cidades Frente a Frente, em Conceição do Araguaia, no Pará. Em 2016, foi bicampeã do São João do Cerrado, bicampeã do 29º Cidades Frente a Frente e campeã pela primeira vez nas cidades paraenses de Ourilândia do Norte e Redenção.

Em 2018, conquistou pela terceira vez o primeiro lugar do festival de Araguaína, foi também vice-campeã do 31º Cidades Frente a Frente e vice-campeã na cidade de Redenção.

Em 2019, foi mais uma vez vice-campeã do 32º Cidades Frente a Frente e, em 2022, vice-campeã estadual, representando o Estado do Tocantins no XIII Arraiá Brasil, em Brasília (DF).

São João do Cerrado

A festa será no Parque Cimba e, além da apresentação das juninas, o evento também vai contar com shows de artistas regionais, como Flaguim Moral, Tadin de Nóis e Joan Alessandro.

O evento contará com arquibancadas, praça de alimentação, banheiros químicos e seguranças. Será permitida a entrada com bebidas, desde que não estejam acondicionadas em embalagens de vidro.

A quadrilha virá vestida de vaqueiros

Fonte: AF Notícias